16 de Agosto

Festa de São Joaquim, pai de Maria Santíssima

Constituit eum dominum domus suae, et principem omnis possessionis suae —“Constituiu-o senhor da sua casa e por príncipe de tudo o que possuía” (Sl 104, 21)

Sumário. A glória que São Joaquim e Santa Ana gozam no céu é muito grande, porque é proporcionada aos seus merecimentos e à sua dignidade. Para formarmos uma ideia da eficácia do seu patrocínio, basta esta reflexão: São os pais de Maria, a tesoureira de todas as graças. Como, pois, poderá esta filha deixar de atender aos seus pais, quando estes rogam pelos seus devotos? Avivemos nossa devoção para com os santos cônjuges, e rendamos graças à Santíssima Trindade pelas prerrogativas a eles concedidas. Assim ao mesmo tempo honraremos a Santíssima Virgem.

I. Considera a grandeza da glória que São Joaquim e Santa Ana gozam no céu. A sua glória é proporcionada ao lustre dos seus merecimentos e à excelência da sua dignidade. Como pais de Maria Santíssima, a Rainha do céu, como avós de Jesus Cristo, o Rei dos reis, os santos cônjuges são na pátria bem-aventurada, por assim dizer, príncipes de sangue. E por isso, sentados sobre dois tronos entre os mais altos, gozam a familiaridade íntima da sua santíssima Filha e de Jesus Cristo; são por eles como que reverenciados.

Para formarmos uma ideia da grandeza do seu poder, basta esta reflexão: Maria Santíssima é a tesoureira de todas as graças celestiais, pois que Deus quer que todas passem pelas mãos dela, como diz São Bernardo: Nulla gratia venit de coelo in terram, nisi transeat per manus Mariae . Ora, será possível que uma tal Filha repila os pedidos de pais tão santos, quando estes rogam por seus devotos?

Destes santos Esposos bem se pode dizer o que diz São Bernardo acerca da Santa Virgem, com relação a Jesus Cristo: Santa Ana apresenta-se à sua Filha, mostrando-lhe o seio que a trouxe durante nove meses, o peito que tantas vezes a alimentou, ao passo que São Joaquim lhe lembra o amor que lhe teve, os beijos que lhe deu e a solicitude que por ela teve. Com estas recordações Maria não pode negar nada a seus pais, que assim obtêm tudo para nós. Felizes, portanto, daqueles que são devotos de São Joaquim e de Santa Ana, e mais feliz daquele que se esmera em propagar esta devoção!

II. Para mereceres o patrocínio eficaz de São Joaquim e Santa Ana, deves professar uma devoção especial para com eles. Ama-os, portanto, como se eles fossem teus pais, rende graças à Santíssima Trindade pelas prerrogativas a eles concedidas, celebra todos os anos a sua festa pela recepção dos santos sacramentos e recomenda-te cada dia à sua proteção, rezando ao menos um Pai Nosso e uma Ave Maria. A fim de que te sejam mais propícios, habitua-te a sufragar frequentemente àquelas almas do purgatório que em vida se distinguiram por esta devoção. Será ao mesmo tempo um modo de honrares a Santíssima Virgem, que, como diz Santo Afonso, e Maria diversas vezes revelou, se compraz sumamente nas homenagens que são tributadas a seus santos pais.

Ó grande e glorioso Patriarca, São Joaquim, quanto regozijo me causa o pensamento que de entre todos os santos fostes escolhido para cooperar nos mistérios divinos e enriquecer o mundo com a grande Mãe de Deus, Maria Santíssima! Por este privilégio singular, sois poderosíssimo para com a Mãe e o Filho, de modo que não há graça, por grande que seja, que não possais alcançar. Nesta confiança recorro à vossa valiosíssima proteção, e recomendo-vos todas as minhas necessidades, tanto espirituais como corporais, bem como as da minha comunidade, ou família; em particular vos recomendo a graça especial que desejo e espero obter pela vossa paternal intercessão. E já que fostes um modelo perfeitíssimo da vida interior, alcançai-me o recolhimento de espírito, o desapego de todos os bens passageiros desta terra e um ardente e perseverante amor para com Jesus e Maria. Obtende-me também a dedicação e obediência à santa Igreja e ao Sumo Pontífice que a governa; a fim de que eu viva e morra na fé, esperança e caridade perfeita, invocando os santíssimos Nomes de Jesus e Maria, e seja salvo.

“E Vós, ó meu Deus, que, entre todos os vossos santos, escolhestes o Bem-aventurado Joaquim para ser pai da Mãe do vosso divino Filho: concedei-nos propício, que, honrando-o devotamente sobre a terra, sintamos o efeito da sua intercessão no céu” (1). Fazei-o pelo amor do mesmo Jesus e de Maria Santíssima.

Referência: (1) Or. festi.

(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo III: Desde a Duodécima semana depois de Pentecostes até ao fim do ano Eclesiástico. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 350-352)

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1. Preparação

Na preparação fazem-se três atos:

1º Ato de Fé na presença de Deus, dizendo:

Meu Deus, eu creio que estais aqui presente e Vos adoro com todo o meu afeto

2º Ato de Humildade, por um breve ato de contrição:

Senhor, nesta hora deveria eu estar no inferno por causa dos meus pecados; de todo o coração arrependo de Vos ter ofendido, ó Bondade infinita.

3º Ato de Petição de luzes:

Meu Deus, pelo amor de Jesus e Maria, esclarecei-me nesta meditação, para que tire proveito dela.

Depois:

  • uma Ave Maria à Santíssima Virgem, afim de que nos obtenha esta luz;
  • na mesma intenção um Glória ao Pai a São José, ao Anjo da Guarda e ao nosso Santo Protetor.


Estes atos devem ser feitos com atenção, mas brevemente, depois do que se fará a Meditação.

2. Meditação

Para a Meditação sirvamo-nos sempre de um livro, ao menos no começo, parando nas passagens que mais impressão nos fazem. São Francisco de Sales diz que devemos imitar as abelhas, que se demoram numa flor enquanto acham mel, e voam depois para outra.

Note-se além disto que são três os frutos da meditação: afetos, súplicas e resoluções; nisto é que consiste o proveito da oração mental. Assim, depois de haverdes meditado numa verdade eterna, e Deus ter falado ao vosso coração, é mister que faleis a Deus:

1º Pelos Afetos

Isto é, pelos atos de fé, agradecimento, adoração, louvor, humildade, e sobretudo de amor e de contrição, que é também ato de amor. O amor é como que uma corrente de ouro que une a alma a Deus. Conforme Santo Tomás, todo o ato de amor nos merece mais um grau de glória eterna. Eis aqui exemplos de atos de amor:

Meu Deus, eu Vos amo sobre todas as coisas. Eu Vos amo de todo o meu coração. Fazei-me saber o que é de vosso agrado; quero fazer em tudo a vossa vontade. Regozijo-me por serdes infinitamente feliz.

Para o ato de contrição basta dizer:

Bondade infinita, pesa-me de Vos ter ofendido.

2º Pelas Súplicas

Pedindo a Deus luzes, a humildade ou qualquer outra virtude, uma boa morte, a salvação eterna; mas principalmente o dom do seu santo amor e a santa perseverança, porque, no dizer de São Francisco de Sales, com o amor se alcançam todas as graças.

Se a nossa alma está em grande aridez, basta dizermos:

Meu Deus, socorrei-me. Senhor, tende compaixão de mim. Meu Jesus, misericórdia!

Ainda que nada mais fizéssemos, a oração seria excelente.

3º Pelas Resoluções

Antes de se terminar a oração, cumpre tomar alguma resolução, não geral, como por exemplo evitar toda falta deliberada, de se dar todo a Deus, mas particular, como por exemplo evitar com mais cuidado tal defeito, em que se caia mais vezes, ou praticar melhor tal virtude em que a alma procurará exercer-se mais vezes: como seja, aturar o gênio de tal pessoa, obedecer mais exatamente a tal superior ou a regra, mortificar-se mais frequentemente em tal ponto, etc. Nunca terminemos a nossa oração sem havermos formado uma resolução particular.