Quinta-feira da Segunda Semana depois da Páscoa

Jesus no Santíssimo Sacramento, o melhor dos amigos

Amicus fidelis medicamentum vitae et immortalitatis – “O amigo fiel é um medicamento de vida e de imortalidade” (Eclo 6, 16)

Sumário. Bem suave é estar a gente na companhia de um amigo querido: e será possível que nós, neste vale de lágrimas, não achemos consolação perto do melhor de nossos amigos que nos pode encher de todos os bens? Eis que no Santíssimo Sacramento nos podemos entreter com Jesus à nossa vontade, abrir-Lhe o nosso coração, expor-Lhe as nossas necessidades, pedir-Lhe graças. Aproximemo-nos, pois, de Jesus com grande confiança e amor, unamo-nos a Ele, e peçamos-Lhe sobretudo a graça de O podermos amar sempre com todas as nossas forças. .

I. Bem suave é estar a gente na companhia de seu amigo querido; e não nos será suave, neste vale de lágrimas, estarmos na companhia do melhor de nossos amigos, de um amigo que pode encher-nos de todos os bens, nos ama apaixonadamente e por isso se deixa ficar continuamente conosco? Eis que no Santíssimo Sacramento nos podemos entreter com Jesus à nossa vontade, abrir-Lhe o nosso coração, expor-Lhe as nossas necessidades, pedir-Lhe graças. Podemos, numa palavra, neste mistério tratar com o Rei do céu com toda confiança e singeleza.

Foi nimiamente feliz José, quando Deus, como atesta a Sagrada Escritura, se dignou descer por sua graça ao cárcere para consolá-Lo: Descendit cum illo in foveam, et in vinculis non dereliquit eum (1) — “A divina Sabedoria desceu com Ele ao fosso, e não o deixou nas cadeias” . Mas muito mais felizes somos nós por termos sempre conosco, nesta miserável terra, nosso Deus feito homem, que, com o coração cheio de amor e de misericórdia, nos honra com sua presença real a cada instante de nossa vida.

Que consolo é para um pobre encarcerado ter um amigo terno, que vai entreter-se com ele, o consola, lhe anima a esperança, procura para ele socorro e cuida em aliviá-lo no seu infortúnio? Eis aqui está o nosso bom amigo Jesus Cristo, que neste Sacramento nos anima com estas palavras: “Ecce ego vobiscum sum omnibus diebus” (2) — Convosco estou todos os dias . Eis-me aqui todo para vós, vindo do céu à vossa prisão de propósito para vos consolar, ajudar e por em liberdade. Acolhei-me, fiquemos sempre juntos, uni-vos a mim; que então não sentireis mais o peso de vossas misérias, e depois vireis comigo para o meu reino, onde vos farei plenamente felizes.

II. A toda alma que o visita no Santíssimo Sacramento, Jesus diz como outrora o Esposo dos Cânticos: Surge propera, amica mea, et veni (3) — “Levanta-te, apressa-te, minha amada, e vem” . Surge, levanta-te de tua miséria, pois aqui estou para te enriquecer com minhas graças. Propera, aproxima-te, não temas minha divina majestade, que se humilhou neste Sacramento para dissipar teu temor e te inspirar confiança. Amica mea, tu não és mais minha inimiga, mas minha amiga, já que me amas e eu te amo. Formosa mea, a minha graça te fez tão bela à minha vista. Et veni, vem pois, a mim, vem lançar-te nos meus braços, e pede-me com toda confiança o que de mim queres. — Vamos, pois, a Jesus com muita confiança e amor, unamo-nos a Ele e roguemos-Lhe graças.

Ó Verbo eterno, feito homem e sacramento por meu amor, quanta deve ser a minha alegria, quando penso que estou diante de Vós, que sois meu Deus, a Majestade suprema, a bondade infinita, diante de Vós, que tão ternamente amais a minha alma! Ó vós, almas que amais a Deus, onde quer que estejais, no céu ou na terra, amai-O também por mim. Ó Maria, minha Mãe, ajudai-me a amar ao meu Deus. E Vós, amantíssimo Senhor, fazei com que eu ponha em Vós todos os meus afetos. Tornai-Vos senhor de toda a minha vontade, possui-me todo inteiro. Consagro-Vos o meu espírito, para que se ocupe somente com a vossa bondade; consagro-Vos também o meu corpo, para que me auxilie a Vos agradar; consagro-Vos a minha alma, para que seja toda vossa.

Quisera, ó Amado de meu coração, que todos os homens conhecessem a ternura do amor que lhes tendes, para que todos vivessem unicamente para Vos honrar e agradar, como desejais e mereceis. Ah! Viva ao menos eu enlevado sempre no amor de vossa beleza infinita. Quero no futuro fazer tudo que puder para Vos ser agradável. Resolvido estou a fugir de tudo que souber Vos desagradar, custe o que custar, ainda que haja de perder a vida. Oh quão ditoso seria, se tudo perdesse para Vos ganhar, ó meu Deus, meu tesouro, meu amor, meu tudo!

Referências:

(1) Sb 10, 13 (2) Mt 28, 20 (3) Ct 2, 10

(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo II: Desde o Domingo da Páscoa até a Undécima Semana depois de Pentecostes inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 29-32)

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1. Preparação

Na preparação fazem-se três atos:

1º Ato de Fé na presença de Deus, dizendo:

Meu Deus, eu creio que estais aqui presente e Vos adoro com todo o meu afeto

2º Ato de Humildade, por um breve ato de contrição:

Senhor, nesta hora deveria eu estar no inferno por causa dos meus pecados; de todo o coração arrependo de Vos ter ofendido, ó Bondade infinita.

3º Ato de Petição de luzes:

Meu Deus, pelo amor de Jesus e Maria, esclarecei-me nesta meditação, para que tire proveito dela.

Depois:

  • uma Ave Maria à Santíssima Virgem, afim de que nos obtenha esta luz;
  • na mesma intenção um Glória ao Pai a São José, ao Anjo da Guarda e ao nosso Santo Protetor.


Estes atos devem ser feitos com atenção, mas brevemente, depois do que se fará a Meditação.

2. Meditação

Para a Meditação sirvamo-nos sempre de um livro, ao menos no começo, parando nas passagens que mais impressão nos fazem. São Francisco de Sales diz que devemos imitar as abelhas, que se demoram numa flor enquanto acham mel, e voam depois para outra.

Note-se além disto que são três os frutos da meditação: afetos, súplicas e resoluções; nisto é que consiste o proveito da oração mental. Assim, depois de haverdes meditado numa verdade eterna, e Deus ter falado ao vosso coração, é mister que faleis a Deus:

1º Pelos Afetos

Isto é, pelos atos de fé, agradecimento, adoração, louvor, humildade, e sobretudo de amor e de contrição, que é também ato de amor. O amor é como que uma corrente de ouro que une a alma a Deus. Conforme Santo Tomás, todo o ato de amor nos merece mais um grau de glória eterna. Eis aqui exemplos de atos de amor:

Meu Deus, eu Vos amo sobre todas as coisas. Eu Vos amo de todo o meu coração. Fazei-me saber o que é de vosso agrado; quero fazer em tudo a vossa vontade. Regozijo-me por serdes infinitamente feliz.

Para o ato de contrição basta dizer:

Bondade infinita, pesa-me de Vos ter ofendido.

2º Pelas Súplicas

Pedindo a Deus luzes, a humildade ou qualquer outra virtude, uma boa morte, a salvação eterna; mas principalmente o dom do seu santo amor e a santa perseverança, porque, no dizer de São Francisco de Sales, com o amor se alcançam todas as graças.

Se a nossa alma está em grande aridez, basta dizermos:

Meu Deus, socorrei-me. Senhor, tende compaixão de mim. Meu Jesus, misericórdia!

Ainda que nada mais fizéssemos, a oração seria excelente.

3º Pelas Resoluções

Antes de se terminar a oração, cumpre tomar alguma resolução, não geral, como por exemplo evitar toda falta deliberada, de se dar todo a Deus, mas particular, como por exemplo evitar com mais cuidado tal defeito, em que se caia mais vezes, ou praticar melhor tal virtude em que a alma procurará exercer-se mais vezes: como seja, aturar o gênio de tal pessoa, obedecer mais exatamente a tal superior ou a regra, mortificar-se mais frequentemente em tal ponto, etc. Nunca terminemos a nossa oração sem havermos formado uma resolução particular.

S. Alfonso Maria De Liguori Evangelizare Pauperibus Misit Me

REZE CONOSCO

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