Domingo da Terceira Semana depois da Páscoa

Jesus, o bom Pastor

Ego sum pastor bonus. Bonus pastor animam suam dat pro ovibus suis – “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas suas ovelhas” (Jo 10, 11)

Sumário. O ofício de um bom pastor não é outro senão guiar as suas ovelhas para bons pastos e defendê-las contra os lobos. Mas, ó meu dulcíssimo Redentor, que pastor levou jamais a sua bondade tão longe como Vós, que quisestes dar a vida por nós, vossas ovelhas, e nos livrastes dos castigos merecidos? Não satisfeito com isso, quisestes ainda, depois da morte, deixar-nos o vosso corpo na santa Eucaristia, para sustento de nossas almas. Quem, pois, não Vos amará com todo o afeto? Mas infelizmente muitos Vos pagam com a mais negra ingratidão. .

I. Assim diz Jesus Cristo mesmo no Evangelho deste dia: Ego sum pastor bonus — “Eu sou o bom pastor” . O ofício de um bom pastor não é outro senão guiar as suas ovelhas para bons pastos e defendê-las contra os lobos. Mas, ó meu dulcíssimo Redentor, que pastor levou jamais a sua bondade tão longe como Vós, que quisestes dar o vosso sangue e a vida para salvar as vossas ovelhas, que somos nós, e livrar-nos dos castigos merecidos? Vós mesmo, diz São Pedro, levastes os nossos pecados em vosso corpo pregado na cruz, a fim de que, mortos para o pecado, vivamos para a justiça: pelas vossas chagas fomos curados: Cuius livore sanati estis (1) . Para nos curar de nossos males, este bom Pastor tomou a si todas as nossas dívidas e pagou-as com o seu próprio corpo, morrendo de dor sobre a cruz.

Este excesso de amor de Jesus para conosco, as suas ovelhas, fazia Santo Inácio Mártir arder do desejo de dar a vida por Jesus Cristo, dizendo, assim como se lê numa carta sua: Amor meus crucifixus est — “O meu amor foi crucificado. ” Quis o santo dizer: Como! Meu Deus quis morrer crucificado por meu amor, e eu poderei viver sem desejo de morrer por Ele? – Com efeito, que grande coisa fizeram os mártires dando a vida por Jesus Cristo, que morreu por amor deles! Ah! A morte que Jesus Cristo padeceu por eles, suavizava-lhes todos os tormentos, os açoites, os cavaletes, as unhas de ferro, as fogueiras e as mortes mais dolorosas.

Não se contentou, porém, o nosso bom Pastor com dar a vida pelas suas ovelhas; ainda depois de sua morte quis deixar-lhes na santíssima Eucaristia o seu próprio corpo, já sacrificado uma vez na cruz, a fim de que fosse o alimento e sustento das suas almas. O ardente amor que nos dedicava, diz São João Crisóstomo, levou-O a unir-se a nós e fazer-se uma coisa conosco: Semetipsum nobis immiscuit, ut unum quid simus.

II.O mercenário ”, assim continua o Evangelho, “ e o que não é pastor, vê o lobo vindo e deixa as ovelhas e foge; e o lobo rouba e dispersa as ovelhas. O mercenário foge, porque é mercenário e não lhe importam as ovelhas. ” Não é assim que faz Jesus Cristo, o bom pastor, ou antes o melhor de todos os pastores. Cada vez que vê as suas ovelhas assaltadas pelo lobo infernal e estas lhe bradam por socorro, logo acode a defendê-las e a combater por elas.

Quando vê uma ovelha tresmalhada, que não faz? Quantos meios não emprega para reavê-las? Jesus Cristo não deixa de buscá-la enquanto não a achar. E depois de a achar, a põe contente sobre seus ombros, chama aos seus amigos e vizinhos (isto é, os Anjos e os Santos), e convida-os a alegrarem-se com Ele, por ter achado a ovelha que se tinha perdido: Congratulamini mihi, quia inveni ovem meam quae perierat (2) — Quem, pois, não amará com todo o afeto a este bom Senhor, que se mostra tão amoroso mesmo para com os pecadores que lhe viraram as costas e quiseram voluntariamente perder-se?

Ah, meu amável Salvador! Eis aqui a vossos pés uma ovelha perdida: afastei-me de Vós, mas Vós não me abandonastes; fizestes todo o empenho para me reaver. Que seria de mim, se Vós não tivésseis pensado em me buscar? Ai de mim, que passei tanto tempo longe de Vós! Pela vossa misericórdia espero agora estar na vossa graça. Se outrora fugia de Vós, já não desejo outra coisa senão amar-Vos e viver e morrer abraçado aos vossos pés. Mas enquanto vivo, estou em perigo de Vos abandonar. Por piedade, prendei-me com os laços de vosso santo amor e não permitais que em tempo algum eu me desprenda de Vós.

— “ Ó Pai Eterno, que pela humilhação de vosso Filho levantastes o mundo prostrado, concedei-me alegria perpétua, para que, assim como me livrastes da morte eterna, me façais gozar dos prazeres eternos. ”(3) Fazei-o pelo amor de Jesus Cristo e de Maria Santíssima, minha querida Mãe.

Referências:

(1) 1 Pd 2, 24 (2) Lc 15, 6 (3) Or. Dom. curr.

(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo II: Desde o Domingo da Páscoa até a Undécima Semana depois de Pentecostes inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 37-39)

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1. Preparação

Na preparação fazem-se três atos:

1º Ato de Fé na presença de Deus, dizendo:

Meu Deus, eu creio que estais aqui presente e Vos adoro com todo o meu afeto

2º Ato de Humildade, por um breve ato de contrição:

Senhor, nesta hora deveria eu estar no inferno por causa dos meus pecados; de todo o coração arrependo de Vos ter ofendido, ó Bondade infinita.

3º Ato de Petição de luzes:

Meu Deus, pelo amor de Jesus e Maria, esclarecei-me nesta meditação, para que tire proveito dela.

Depois:

  • uma Ave Maria à Santíssima Virgem, afim de que nos obtenha esta luz;
  • na mesma intenção um Glória ao Pai a São José, ao Anjo da Guarda e ao nosso Santo Protetor.


Estes atos devem ser feitos com atenção, mas brevemente, depois do que se fará a Meditação.

2. Meditação

Para a Meditação sirvamo-nos sempre de um livro, ao menos no começo, parando nas passagens que mais impressão nos fazem. São Francisco de Sales diz que devemos imitar as abelhas, que se demoram numa flor enquanto acham mel, e voam depois para outra.

Note-se além disto que são três os frutos da meditação: afetos, súplicas e resoluções; nisto é que consiste o proveito da oração mental. Assim, depois de haverdes meditado numa verdade eterna, e Deus ter falado ao vosso coração, é mister que faleis a Deus:

1º Pelos Afetos

Isto é, pelos atos de fé, agradecimento, adoração, louvor, humildade, e sobretudo de amor e de contrição, que é também ato de amor. O amor é como que uma corrente de ouro que une a alma a Deus. Conforme Santo Tomás, todo o ato de amor nos merece mais um grau de glória eterna. Eis aqui exemplos de atos de amor:

Meu Deus, eu Vos amo sobre todas as coisas. Eu Vos amo de todo o meu coração. Fazei-me saber o que é de vosso agrado; quero fazer em tudo a vossa vontade. Regozijo-me por serdes infinitamente feliz.

Para o ato de contrição basta dizer:

Bondade infinita, pesa-me de Vos ter ofendido.

2º Pelas Súplicas

Pedindo a Deus luzes, a humildade ou qualquer outra virtude, uma boa morte, a salvação eterna; mas principalmente o dom do seu santo amor e a santa perseverança, porque, no dizer de São Francisco de Sales, com o amor se alcançam todas as graças.

Se a nossa alma está em grande aridez, basta dizermos:

Meu Deus, socorrei-me. Senhor, tende compaixão de mim. Meu Jesus, misericórdia!

Ainda que nada mais fizéssemos, a oração seria excelente.

3º Pelas Resoluções

Antes de se terminar a oração, cumpre tomar alguma resolução, não geral, como por exemplo evitar toda falta deliberada, de se dar todo a Deus, mas particular, como por exemplo evitar com mais cuidado tal defeito, em que se caia mais vezes, ou praticar melhor tal virtude em que a alma procurará exercer-se mais vezes: como seja, aturar o gênio de tal pessoa, obedecer mais exatamente a tal superior ou a regra, mortificar-se mais frequentemente em tal ponto, etc. Nunca terminemos a nossa oração sem havermos formado uma resolução particular.

S. Alfonso Maria De Liguori Evangelizare Pauperibus Misit Me

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