Quinta-feira da Oitava Semana depois de Pentecostes

Da preparação para a Santa Comunhão e da ação de graças

Praeparate corda vestra Domino, et servite ei soli – “Preparai os vossos corações para o Senhor, e servi a Ele só” (1 Rs 7, 3)

Sumário. Três coisas são necessárias para a alma colher muito fruto da santa comunhão. Primeiro, o desapego das criaturas, banindo do coração tudo que não é de Deus ou para Deus. Segundo, o desejo de receber a Jesus Cristo com o único fim de mais o amar. Terceiro, a devida ação de graças depois da comunhão; imaginando que reside na alma como num trono de graças. Oh! Que tesouros de graças perde o cristão que pouco pensa em orar depois da comunhão!

I. Pergunta o cardeal Bona: “ Onde vem que tantas almas, apesar das suas muitas comunhões, fazem tão pouco progresso no caminho de Deus? ” e responde: “Defectus non in cibo est, sed in edentis dispositione – Não é falta de virtude em o nutrimento, é falta de preparação naquele que o recebe.” O fogo pega depressa na madeira seca e dificilmente na verde; porque esta não está disposta para arder. Os santos tiraram grandes frutos das suas comunhões porque punham muito cuidado em se preparar.

A preparação para a comunhão exige principalmente três coisas. A primeira é o desapego das criaturas, banindo do coração tudo que não é de Deus ou para Deus. Ainda que a alma esteja em estado de graça, mas com o coração cheio de apetites terrenos, quanto mais lugar ocupar a terra, tanto menos lugar restará para o amor divino. – Santa Gertrudes perguntou um dia ao Senhor, que preparação exigia que ela fizesse para comungar. E Jesus lhe respondeu: Só esta, que venhas receber-me bem vazia de ti mesma.

A segunda coisa necessária para comungar com grande fruto, é o desejo de receber a Jesus Cristo com o único intuito de mais o amar. Diz Gerson que neste banquete não são saciados senão os que têm grande fome. – Por isso, escreve São Francisco de Sales, que a principal intenção de uma alma que comunga deve ser progredir no amor de Deus. – “ Importa ”, diz o Santo, “ receber por amor àquele que se nos dá só por amor. ” Eis porque Jesus disse a Santa Mechtildes:

“Quando fores comungar, deseja possuir todo o amor que jamais um coração teve para comigo e eu aceitarei teu amor como se fosse tal como o desejas.”

II. É necessária também a ação de graças depois da comunhão. A oração mais agradável a Deus é a que se faz depois da comunhão. A alma deve empregar este tempo em produzir algum sentimento piedoso ou oração. Os afetos devotos que a alma excita então têm mais merecimento diante de Deus, porque a presença de Jesus Cristo na alma que lhe está tão unida, exalta a dignidade dos atos. – Quanto às orações, Santa Teresa observa que depois da comunhão Jesus reside na alma como em um trono de graças e lhe diz: Quid vis ut faciam tibi – “Que queres que te faça?” Como se dissesse: Alma querida, vim de propósito do céu para te dispensar graças, pede-me o que quiseres e serás atendida.

Oh! Que tesouros de graças perdem os que pouco oram depois da comunhão!

Ó Deus de amor, Vós desejais tanto dispensar-nos as vossas graças e nós somos tão pouco solícitos em Vo-las pedir. Que remorso nos causará na hora da morte este descuido tão prejudicial! Meu Senhor, não Vos lembreis dos tempos passados; com vosso auxílio quero preparar-me melhor para o futuro, arrancando do meu coração o apego a todas as coisas que me impeçam de receber todas as graças que Vós me quereis conceder. E depois da comunhão quero entreter-me convosco o mais possível, para obter de Vós o auxílio necessário ao progresso em vosso amor. Dai-me a graça de executar esta resolução.

Ó meu Jesus, quanto me descuidei no passado de vosso amor! O tempo de vida que pela vossa misericórdia ainda me dais é um tempo para me preparar para a morte e compensar pelo meu amor as ofensas que Vos fiz. Quero, pois, empregá-lo todo em chorar os meus pecados e em Vos amar. Amo-Vos, meu amor, amo-Vos, meu único Bem. † Jesus, meu Deus, amo-Vos sobre todas as coisas ; mas tende piedade de mim e não me abandoneis. – Ó minha esperança, Maria, não deixeis nunca de me socorrer pela vossa intercessão.

(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo II: Desde o Domingo da Páscoa até a Undécima Semana depois de Pentecostes inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 260-262)

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1. Preparação

Na preparação fazem-se três atos:

1º Ato de Fé na presença de Deus, dizendo:

Meu Deus, eu creio que estais aqui presente e Vos adoro com todo o meu afeto

2º Ato de Humildade, por um breve ato de contrição:

Senhor, nesta hora deveria eu estar no inferno por causa dos meus pecados; de todo o coração arrependo de Vos ter ofendido, ó Bondade infinita.

3º Ato de Petição de luzes:

Meu Deus, pelo amor de Jesus e Maria, esclarecei-me nesta meditação, para que tire proveito dela.

Depois:

  • uma Ave Maria à Santíssima Virgem, afim de que nos obtenha esta luz;
  • na mesma intenção um Glória ao Pai a São José, ao Anjo da Guarda e ao nosso Santo Protetor.


Estes atos devem ser feitos com atenção, mas brevemente, depois do que se fará a Meditação.

2. Meditação

Para a Meditação sirvamo-nos sempre de um livro, ao menos no começo, parando nas passagens que mais impressão nos fazem. São Francisco de Sales diz que devemos imitar as abelhas, que se demoram numa flor enquanto acham mel, e voam depois para outra.

Note-se além disto que são três os frutos da meditação: afetos, súplicas e resoluções; nisto é que consiste o proveito da oração mental. Assim, depois de haverdes meditado numa verdade eterna, e Deus ter falado ao vosso coração, é mister que faleis a Deus:

1º Pelos Afetos

Isto é, pelos atos de fé, agradecimento, adoração, louvor, humildade, e sobretudo de amor e de contrição, que é também ato de amor. O amor é como que uma corrente de ouro que une a alma a Deus. Conforme Santo Tomás, todo o ato de amor nos merece mais um grau de glória eterna. Eis aqui exemplos de atos de amor:

Meu Deus, eu Vos amo sobre todas as coisas. Eu Vos amo de todo o meu coração. Fazei-me saber o que é de vosso agrado; quero fazer em tudo a vossa vontade. Regozijo-me por serdes infinitamente feliz.

Para o ato de contrição basta dizer:

Bondade infinita, pesa-me de Vos ter ofendido.

2º Pelas Súplicas

Pedindo a Deus luzes, a humildade ou qualquer outra virtude, uma boa morte, a salvação eterna; mas principalmente o dom do seu santo amor e a santa perseverança, porque, no dizer de São Francisco de Sales, com o amor se alcançam todas as graças.

Se a nossa alma está em grande aridez, basta dizermos:

Meu Deus, socorrei-me. Senhor, tende compaixão de mim. Meu Jesus, misericórdia!

Ainda que nada mais fizéssemos, a oração seria excelente.

3º Pelas Resoluções

Antes de se terminar a oração, cumpre tomar alguma resolução, não geral, como por exemplo evitar toda falta deliberada, de se dar todo a Deus, mas particular, como por exemplo evitar com mais cuidado tal defeito, em que se caia mais vezes, ou praticar melhor tal virtude em que a alma procurará exercer-se mais vezes: como seja, aturar o gênio de tal pessoa, obedecer mais exatamente a tal superior ou a regra, mortificar-se mais frequentemente em tal ponto, etc. Nunca terminemos a nossa oração sem havermos formado uma resolução particular.

S. Alfonso Maria De Liguori Evangelizare Pauperibus Misit Me

REZE CONOSCO

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