Sábado da Nona Semana depois de Pentecostes

O devoto de Maria Santíssima deve imitar-lhe as virtudes

Nunc ergo, filii, audite me: Beati qui custodiunt vias meas – “Agora pois, filhos, ouvi-me: bem-aventurados os que guardam os meus caminhos” (Pv 8, 32)

Sumário. A Santíssima Virgem, depois que tirou alguma alma das garras de Lúcifer, quer que ela se aplique à imitação das suas virtudes, pois que, de outro modo, não poderá enriquecê-la com as suas graças, vendo-a a si contrária nos costumes. Entremos, portanto, nas vistas de nossa boa Mãe; e estejamos certos de que é este o melhor obséquio que lhe podemos fazer. Se não nos sentirmos com força suficiente, roguemo-la à Bem-Aventurada Virgem que se chama e é a dispensadora de todas as graças.

I. Diz Santo Agostinho que, para obtermos com maior certeza e abundância o favor dos Santos, é preciso imitá-los; porque, vendo que praticamos as virtudes que eles mesmos praticaram, mais se movem a rogar por nós. Pelo que a Rainha dos Santos e a nossa principal advogada, Maria, depois que livrou alguma alma das garras de Lúcifer e a uniu a Deus, quer que ela se aplique a imitá-la. De outro modo não poderá enriquecê-la com as suas graças, como desejaria, vendo-a a si contrária nos costumes. Por isso Maria chama bem-aventurados àqueles que diligenciam em imitá-la: Bem-aventurados os que guardam os meus caminhos (Prov 8, 32). “ Quem ama “, diz um provérbio, “ ou se acha semelhante, ou procura fazer-se semelhante à pessoa amada “.

Por isso nos exorta São Jerônimo que, se amamos Maria, é necessário que procuremos imitá-la; porque é este o melhor obséquio que lhe podemos oferecer. E Ricardo de São Lourenço acrescenta que são e podem chamar-se verdadeiros filhos de Maria somente aqueles que procuram viver conforme à vida dela: Filii Mariae imitatores eius . — Procure pois o filho, conclui São Bernardo, imitar sua Mãe, se deseja o seu favor; pois que então, vendo-se ela honrada como mãe, o tratará e favorecerá como filho.

Falando das virtudes de nossa Mãe, verdade é que poucas coisas em particular se leem registradas nos Evangelhos a este respeito; contudo, dizendo-se ali que ela foi cheia de graça, claramente se nos dá a entender que ela teve todas as virtudes em grau heroico. «De modo tal», diz Santo Tomás, “ que, assim como cada um dos Santos foi excelente em alguma virtude particular, a Bem-Aventurada Virgem foi excelente em todas as virtudes, e em todas as virtudes nos foi dada por modelo “. Antes dele já tinha dito isso Santo Ambrósio: “ A vida de Maria foi tal, que serve de exemplo para todos”: Talis fuit Maria, ut eius unius vita omnium disciplina sit .

II. Meu irmão, exorta-nos Santo Ambrósio: “ Tem sempre diante de teus olhos a pureza, ou, para melhor dizer, a vida de Maria, como um quadro em que resplandece a perfeição das virtudes. Seja tua vida modelada pela de Maria, e aprende com ela o que deves corrigir, o que deves evitar, e o que deves fazer “. Se não te sentires bastante forte para isso, recomenda-te à Bem-Aventurada Virgem que se chama e é verdadeiramente a dispensadora de todas as graças.

Ó Mãe de misericórdia, já que sois tão piedosa e tão grande desejo tendes de nos fazer bem, a nós, miseráveis, e de atender a nossos rogos, eu, o mais miserável de todos os homens, recorro hoje à vossa misericórdia, afim de que me concedais o que vos peço. — Que outros vos peçam o que quiserem, saúde, bens e proveitos temporais; quanto a mim, ó Maria, venho pedir-vos coisas mais conformes a vossos desejos e mais agradáveis a vosso sagrado Coração.

Fostes tão humilde! Alcançai-me então a humildade e o amor aos desprezos. Fostes tão paciente nas penas desta vida! alcançai-me a paciência nas contrariedades. Fostes toda cheia de amor a Deus! alcançai-me o dom do puro e santo amor. Fostes toda caridade para com o próximo! alcançai-me a caridade para com todos, particularmente para com os meus inimigos. Fostes sempre unida à vontade de Deus! alcançai-me uma inteira conformidade com tudo o que Deus dispuser de mim. Vós, numa palavra, sois a mais santa de todas as criaturas; ó Maria, fazei-me santo.

Não é o amor que vos falta; podeis tudo e me quereis obter todos os bens. Só uma coisa me pode impedir de receber vossas graças: é, ou minha negligência em vos invocar, ou minha pouca confiança na vossa intercessão. Mas a vós toca obter-me a fidelidade em vos invocar e a confiança em vossas orações. São duas graças especiais que vos peço e espero firmemente obter, ó Maria, minha Mãe, minha esperança, meu amor, minha vida, meu refúgio, meu socorro e minha consolação.

(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo II: Desde o Domingo da Páscoa até a Undécima Semana depois de Pentecostes inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 283-285)

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1. Preparação

Na preparação fazem-se três atos:

1º Ato de Fé na presença de Deus, dizendo:

Meu Deus, eu creio que estais aqui presente e Vos adoro com todo o meu afeto

2º Ato de Humildade, por um breve ato de contrição:

Senhor, nesta hora deveria eu estar no inferno por causa dos meus pecados; de todo o coração arrependo de Vos ter ofendido, ó Bondade infinita.

3º Ato de Petição de luzes:

Meu Deus, pelo amor de Jesus e Maria, esclarecei-me nesta meditação, para que tire proveito dela.

Depois:

  • uma Ave Maria à Santíssima Virgem, afim de que nos obtenha esta luz;
  • na mesma intenção um Glória ao Pai a São José, ao Anjo da Guarda e ao nosso Santo Protetor.


Estes atos devem ser feitos com atenção, mas brevemente, depois do que se fará a Meditação.

2. Meditação

Para a Meditação sirvamo-nos sempre de um livro, ao menos no começo, parando nas passagens que mais impressão nos fazem. São Francisco de Sales diz que devemos imitar as abelhas, que se demoram numa flor enquanto acham mel, e voam depois para outra.

Note-se além disto que são três os frutos da meditação: afetos, súplicas e resoluções; nisto é que consiste o proveito da oração mental. Assim, depois de haverdes meditado numa verdade eterna, e Deus ter falado ao vosso coração, é mister que faleis a Deus:

1º Pelos Afetos

Isto é, pelos atos de fé, agradecimento, adoração, louvor, humildade, e sobretudo de amor e de contrição, que é também ato de amor. O amor é como que uma corrente de ouro que une a alma a Deus. Conforme Santo Tomás, todo o ato de amor nos merece mais um grau de glória eterna. Eis aqui exemplos de atos de amor:

Meu Deus, eu Vos amo sobre todas as coisas. Eu Vos amo de todo o meu coração. Fazei-me saber o que é de vosso agrado; quero fazer em tudo a vossa vontade. Regozijo-me por serdes infinitamente feliz.

Para o ato de contrição basta dizer:

Bondade infinita, pesa-me de Vos ter ofendido.

2º Pelas Súplicas

Pedindo a Deus luzes, a humildade ou qualquer outra virtude, uma boa morte, a salvação eterna; mas principalmente o dom do seu santo amor e a santa perseverança, porque, no dizer de São Francisco de Sales, com o amor se alcançam todas as graças.

Se a nossa alma está em grande aridez, basta dizermos:

Meu Deus, socorrei-me. Senhor, tende compaixão de mim. Meu Jesus, misericórdia!

Ainda que nada mais fizéssemos, a oração seria excelente.

3º Pelas Resoluções

Antes de se terminar a oração, cumpre tomar alguma resolução, não geral, como por exemplo evitar toda falta deliberada, de se dar todo a Deus, mas particular, como por exemplo evitar com mais cuidado tal defeito, em que se caia mais vezes, ou praticar melhor tal virtude em que a alma procurará exercer-se mais vezes: como seja, aturar o gênio de tal pessoa, obedecer mais exatamente a tal superior ou a regra, mortificar-se mais frequentemente em tal ponto, etc. Nunca terminemos a nossa oração sem havermos formado uma resolução particular.

S. Alfonso Maria De Liguori Evangelizare Pauperibus Misit Me

REZE CONOSCO

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