Quinta-feira da Décima Nona Semana depois de Pentecostes

Da comunhão espiritual

Os meum aperui, et attraxi spiritum – “Abri a minha boca, e atraí o alento” (Sl 118, 131)

Sumário. A comunhão espiritual consiste num desejo ardente de receber Jesus sacramentalmente e num amoroso amplexo, como se fosse recebido realmente. Esta devoção é um meio eficacíssimo para chegar à perfeição e ao mesmo tempo é uma devoção facílima, porque pode ser praticada todos os dias, por todos, e quantas vezes se quiser, sem ser vista ou observada por pessoa alguma. Pratica-a, pois, com frequência, em particular, na oração mental, na visita ao Santíssimo Sacramento e na assistência à Missa à hora da comunhão do sacerdote.

I. Segundo Santo Tomás, a comunhão espiritual consiste num desejo ardente de receber Jesus Cristo sacramentalmente e num amplexo amoroso, como se já fora recebido. O santo Concílio de Trento louva muito a comunhão espiritual e convida todos os fiéis a que a ponham em prática. E Deus mesmo, repetidas vezes, tem dado a entender às almas devotas quanto Lhe agrada esta devoção.

Um dia apareceu Jesus a Soror Paula Maresca, fundadora do convento de Santa Catarina de Sena em Nápoles, e mostrou-lhe dois vasos preciosos, um de ouro e outro de prata, dizendo-lhe que o no primeiro guardava as suas comunhões sacramentais e no segundo as espirituais. Em outra ocasião disse o Senhor também à Venerável Joana da Cruz que, sempre que comungava espiritualmente, concedia-lhe uma graça semelhante à que lhe dava na comunhão sacramental. — Mais tocante é o que um autor fidedigno (1) refere de outro servo de Deus. Quando este fazia na missa a comunhão espiritual, sentira a partícula consagrada levar-se-lhe aos lábios e experimentava na alma uma doçura indizível, querendo o Senhor recompensar desta forma o desejo de seu bom Servo.

Por isso todas as almas devotas costumam praticar com frequência o santo exercício da comunhão espiritual. A Bem-aventurada Angela da Cruz, dominicana, chegou a dizer que, se o confessor não lhe tivesse ensinado este modo de comungar, não teria podido viver. Fazia cem comunhões espirituais durante o dia, e outras cem durante a noite. Nem é de admirar, pois que este modo de comungar, sobre ser uma devoção muito proveitosa, é também facílimo e pode ser praticado cada dia por todos, e quantas vezes se quiser. — A já mencionada Joana da Cruz exclamava:

“Ó meu Senhor, que bela maneira de comungar é essa! Sem ser vista por ninguém, sem ter de dar conta a meu diretor espiritual, sem dependência de ninguém senão de Vós, que alimentais minha alma na solidão e lhe falais ao coração!”

II. Procura fazer com frequência a comunhão espiritual; tanto mais que ela é também um meio valiosíssimo para dispor a alma a fazer com mais fruto a comunhão sacramental. Por isso, nas tuas visitas ao Santíssimo Sacramento, na tua oração mental, em cada missa que ouvires, no momento da comunhão do celebrante, faze a comunhão espiritual.

Faze então um ato de fé, crendo firmemente que na Eucaristia está o corpo, o sangue, a alma e a divindade de Jesus Cristo, tão vivo como está no céu. Faze também um ato de amor, unido ao arrependimento dos teus pecados; e em seguida um ato de desejo, convidando Jesus Cristo a entrar em tua alma afim de a fazer toda sua. Agradece-lhe, afinal, como se já o tivesses recebido. — Para que essas comunhões espirituais te sejam mais proveitosas, une-as aquelas que fizeram todos os santos e em particular a tua querida Mãe Maria. Quantos frutos colherás desta forma para tua alma! Representa-te que cada uma de tuas comunhões será uma pedra preciosa que ornará a tua coroa no céu.

Ó meu Redentor amabilíssimo, agradeço-Vos o me haverdes ensinado este grande meio de santificação e com o vosso auxilio quero aproveitá-lo sempre, a começar pelo dia de hoje. Sim, meu Jesus, creio que estais presente no Santíssimo Sacramento. Amo-Vos sobre todas as coisas e desejo possuir-Vos em minha alma. Visto que não posso agora receber-Vos sacramentalmente, vinde ao menos espiritualmente ao meu coração. Abraço-Vos, como se já tivesses vindo, e me uno inteiramente a Vós; não permitais que jamais me aparte de Vós.

Ó Maria, vós que tanto desejais ver vosso Filho amado de todos, se me amais, eis aí a graça que vos peço e que me haveis de alcançar: obtende-me um grande amor a Jesus. Obtende-me também um grande amor a vós, que sois a criatura mais amante, a mais amável e a mais amada de Deus. O amor para convosco é uma graça que Deus não concede senão a quem deseja salvar.

Referências:

(1) P. J. Bider O. P.

(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo III: Desde a Décima Segunda Semana depois de Pentecostes até o fim do ano eclesiástico. Friburgo: Herder & Cia, 1922, p. 144-146)

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1. Preparação

Na preparação fazem-se três atos:

1º Ato de Fé na presença de Deus, dizendo:

Meu Deus, eu creio que estais aqui presente e Vos adoro com todo o meu afeto

2º Ato de Humildade, por um breve ato de contrição:

Senhor, nesta hora deveria eu estar no inferno por causa dos meus pecados; de todo o coração arrependo de Vos ter ofendido, ó Bondade infinita.

3º Ato de Petição de luzes:

Meu Deus, pelo amor de Jesus e Maria, esclarecei-me nesta meditação, para que tire proveito dela.

Depois:

  • uma Ave Maria à Santíssima Virgem, afim de que nos obtenha esta luz;
  • na mesma intenção um Glória ao Pai a São José, ao Anjo da Guarda e ao nosso Santo Protetor.


Estes atos devem ser feitos com atenção, mas brevemente, depois do que se fará a Meditação.

2. Meditação

Para a Meditação sirvamo-nos sempre de um livro, ao menos no começo, parando nas passagens que mais impressão nos fazem. São Francisco de Sales diz que devemos imitar as abelhas, que se demoram numa flor enquanto acham mel, e voam depois para outra.

Note-se além disto que são três os frutos da meditação: afetos, súplicas e resoluções; nisto é que consiste o proveito da oração mental. Assim, depois de haverdes meditado numa verdade eterna, e Deus ter falado ao vosso coração, é mister que faleis a Deus:

1º Pelos Afetos

Isto é, pelos atos de fé, agradecimento, adoração, louvor, humildade, e sobretudo de amor e de contrição, que é também ato de amor. O amor é como que uma corrente de ouro que une a alma a Deus. Conforme Santo Tomás, todo o ato de amor nos merece mais um grau de glória eterna. Eis aqui exemplos de atos de amor:

Meu Deus, eu Vos amo sobre todas as coisas. Eu Vos amo de todo o meu coração. Fazei-me saber o que é de vosso agrado; quero fazer em tudo a vossa vontade. Regozijo-me por serdes infinitamente feliz.

Para o ato de contrição basta dizer:

Bondade infinita, pesa-me de Vos ter ofendido.

2º Pelas Súplicas

Pedindo a Deus luzes, a humildade ou qualquer outra virtude, uma boa morte, a salvação eterna; mas principalmente o dom do seu santo amor e a santa perseverança, porque, no dizer de São Francisco de Sales, com o amor se alcançam todas as graças.

Se a nossa alma está em grande aridez, basta dizermos:

Meu Deus, socorrei-me. Senhor, tende compaixão de mim. Meu Jesus, misericórdia!

Ainda que nada mais fizéssemos, a oração seria excelente.

3º Pelas Resoluções

Antes de se terminar a oração, cumpre tomar alguma resolução, não geral, como por exemplo evitar toda falta deliberada, de se dar todo a Deus, mas particular, como por exemplo evitar com mais cuidado tal defeito, em que se caia mais vezes, ou praticar melhor tal virtude em que a alma procurará exercer-se mais vezes: como seja, aturar o gênio de tal pessoa, obedecer mais exatamente a tal superior ou a regra, mortificar-se mais frequentemente em tal ponto, etc. Nunca terminemos a nossa oração sem havermos formado uma resolução particular.

S. Alfonso Maria De Liguori Evangelizare Pauperibus Misit Me

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