29 de Janeiro ou 24 de Janeiro

Festa de São Francisco de Sales

Dilectus Deo et hominibus…, cuius memoria in benedictione est – “Amado de Deus e dos homens, cuja memória está em bênção” (Ecle 45, 1)

Sumário. Foi tão grande a fé deste Santo, que não se cansava de agradecer ao Senhor o tê-lo feito filho da Igreja Católica. Grande foi também a sua esperança, e por isso estava sempre com semblante sereno, mesmo entre os maiores perigos. Mas, sobretudo foi ardentíssima a sua caridade, vivendo sempre desprendido de todas as criaturas, a fim de ser todo de Deus. Alegremo-nos com o santo Doutor, demos graças a Deus pelo haver enriquecido de tantas virtudes e esforcemo-nos por imitá-lo.

I. Grande foi a fé de São Francisco de Sales. A beleza da Revelação arrebatava-o de tal modo, que não podia deixar de exclamar:

“Ó Deus! A beleza de nossa santa Fé é tão encantadora, que quase me faz morrer de amor. Quer me parecer que devo encerrar este dom tão precioso de Deus dentro de um coração todo perfumado de devoção.”

— Não se fartava de agradecer a Deus o tê-lo feito nascer na Igreja Católica.

“Ó Deus de bondade”, dizia, “são grandes os benefícios que tenho que Vos agradecer; mas como Vos poderei render bastantes graças por me haverdes iluminado com a luz da santa Fé?”

Declarou que, embora tivesse tratado constantemente com hereges, nunca duvidou da verdade da Fé católica. — Quem ama a Deus, não tem dúvidas sobre a fé; duvida somente aquele que não vive segundo os ensinamentos da Fé.

Grande foi também a esperança de São Francisco. Estava certo de que Deus sempre vela pelo nosso bem, e por isso tinha sempre o semblante sereno, até no meio dos perigos mais graves. Quaisquer que fossem os obstáculos que se lhe apresentavam para estorvar o que empreendia para glória de Deus, nunca vacilou em sua confiança. — Recomendava a mesma confiança aos outros. A uma alma tímida disse o Santo certo dia:

“Desejas ser toda de Deus? Porque então temes por causa da tua fraqueza? Tens confiança em Deus? E quem ficou jamais confuso tendo confiado em Deus? Fora com os teus temores!”

Quem ama muito a Deus, confia muito n’Ele. O amor expulsa o temor.

II. Grande foi o amor de São Francisco para com Deus. Só o temor, que o assaltou na sua mocidade, de não poder amar a Deus na eternidade, quase que lhe tirou a vida e lhe arruinou a saúde. O amor inspirou-lhe a coragem para se expor tantas vezes ao perigo de morte. Tinha tamanho cuidado em expulsar do coração todo o afeto que não fosse para Deus, que chegou a dizer:

“Se eu soubesse que em meu coração havia um só afeto que não é de Deus e para Deus, arrancara-o logo.”

O Santo sempre aspirava ao puro amor de Deus. Dizia:

“Antes quisera não ser nada, do que não ser todo de Deus.”

Escreveu a uma pessoa:

“O meu coração está repleto de um desejo infinito de ser sacrificado para sempre ao puro amor do meu Salvador.”

Quão terno foi o seu afeto especialmente para com Jesus Cristo, bem o explicou quando escreveu:

“Contemplemos o nosso divino Salvador estendido sobre a cruz, onde morre por nosso amor. Ah! Porque não nos lançamos sobre Ele, a fim de morrermos com Ele sobre a cruz, já que nela quis morrer por nosso amor? Segurá-Lo-ei e nunca mais O largarei. Morrerei com Ele, consumido nas chamas de seu amor. Um mesmo fogo consumirá o divino Criador e a sua criatura. Viverei e morrerei sobre o seu peito; nem a vida nem a morte poderá jamais separar-me d’Ele.”

Ó meu Santo, já que estais no céu amando a vosso Jesus face a face, impetrai-me a graça de O amar assim como vós O amastes na terra.

— “E Vós, ó meu Deus, que para salvação das almas dispusestes que o Beato Francisco, vosso confessor e bispo, se fizesse tudo para todos; concedei-me, eu Vo-lo suplico, que, cheio da doçura de vosso amor, guiado pelos seus ensinamentos e ajudado pela sua intercessão, consiga a salvação eterna.”

(1) Fazei-o pelo amor de Jesus e Maria.

Referências: (1) Or. Festi.

(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo I: Desde o Primeiro Domingo do Advento até a Semana Santa Inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 436-438)

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1. Preparação

Na preparação fazem-se três atos:

1º Ato de Fé na presença de Deus, dizendo:

Meu Deus, eu creio que estais aqui presente e Vos adoro com todo o meu afeto

2º Ato de Humildade, por um breve ato de contrição:

Senhor, nesta hora deveria eu estar no inferno por causa dos meus pecados; de todo o coração arrependo de Vos ter ofendido, ó Bondade infinita.

3º Ato de Petição de luzes:

Meu Deus, pelo amor de Jesus e Maria, esclarecei-me nesta meditação, para que tire proveito dela.

Depois:

  • uma Ave Maria à Santíssima Virgem, afim de que nos obtenha esta luz;
  • na mesma intenção um Glória ao Pai a São José, ao Anjo da Guarda e ao nosso Santo Protetor.


Estes atos devem ser feitos com atenção, mas brevemente, depois do que se fará a Meditação.

2. Meditação

Para a Meditação sirvamo-nos sempre de um livro, ao menos no começo, parando nas passagens que mais impressão nos fazem. São Francisco de Sales diz que devemos imitar as abelhas, que se demoram numa flor enquanto acham mel, e voam depois para outra.

Note-se além disto que são três os frutos da meditação: afetos, súplicas e resoluções; nisto é que consiste o proveito da oração mental. Assim, depois de haverdes meditado numa verdade eterna, e Deus ter falado ao vosso coração, é mister que faleis a Deus:

1º Pelos Afetos

Isto é, pelos atos de fé, agradecimento, adoração, louvor, humildade, e sobretudo de amor e de contrição, que é também ato de amor. O amor é como que uma corrente de ouro que une a alma a Deus. Conforme Santo Tomás, todo o ato de amor nos merece mais um grau de glória eterna. Eis aqui exemplos de atos de amor:

Meu Deus, eu Vos amo sobre todas as coisas. Eu Vos amo de todo o meu coração. Fazei-me saber o que é de vosso agrado; quero fazer em tudo a vossa vontade. Regozijo-me por serdes infinitamente feliz.

Para o ato de contrição basta dizer:

Bondade infinita, pesa-me de Vos ter ofendido.

2º Pelas Súplicas

Pedindo a Deus luzes, a humildade ou qualquer outra virtude, uma boa morte, a salvação eterna; mas principalmente o dom do seu santo amor e a santa perseverança, porque, no dizer de São Francisco de Sales, com o amor se alcançam todas as graças.

Se a nossa alma está em grande aridez, basta dizermos:

Meu Deus, socorrei-me. Senhor, tende compaixão de mim. Meu Jesus, misericórdia!

Ainda que nada mais fizéssemos, a oração seria excelente.

3º Pelas Resoluções

Antes de se terminar a oração, cumpre tomar alguma resolução, não geral, como por exemplo evitar toda falta deliberada, de se dar todo a Deus, mas particular, como por exemplo evitar com mais cuidado tal defeito, em que se caia mais vezes, ou praticar melhor tal virtude em que a alma procurará exercer-se mais vezes: como seja, aturar o gênio de tal pessoa, obedecer mais exatamente a tal superior ou a regra, mortificar-se mais frequentemente em tal ponto, etc. Nunca terminemos a nossa oração sem havermos formado uma resolução particular.