02 de Agosto

Festa de Santo Afonso Maria de Ligório

Timenti Dominum bene erit in extremis – “Aquele que teme o Senhor será feliz no fim” (Eclo 1, 13)

Sumário. Afiguremo-nos que presenciamos a morte de Santo Afonso. Morre todo desapegado dos bens terrestres, com perfeita paz de consciência, com certeza da glória eterna, assistido por grande número dos seus filhos espirituais, e sobretudo, consolado pela doce presença da Santíssima Virgem. Ó morte preciosa! Se desejamos uma morte semelhante à do Santo, imitemos a sua vida. Sejamos devotos de Jesus Sacramentado e de Maria Santíssima, e, à imitação do Santo, procuremos promover estas devoções também nos outros.

I. A vida do nosso santo não foi senão uma , e nos seus escritos pede inúmeras vezes a graça de bem morrer. Não é, pois, de admirar que Deus tenha atendido aos rogos do seu Servo e no-lo proponha hoje como modelo da morte preciosa, que será também a nossa, se soubermos imitar o Santo.

Santo Afonso morre todo desapegado dos bens terrestres, com paz perfeita de consciência e com a certeza da glória eterna. – Conforme seu desejo manifestado incessantemente vê ao redor do seu leito, não parentes interessados, mas os irmãos da sua congregação, que não têm outro interessem senão o de o ajudarem a bem morrer. Qual novo Jacó abençoa os seus filhos amados, recomenda-lhes a santa perseverança e fica inundado de consolação ao pensar que deixa atrás de si tantos operários na vinha mística do Senhor.

Durante a sua vida, Afonso sempre foi devotíssimo da Santíssima Virgem e muitas vezes lhe tinha dirigido este pedido:

“Senhora, perdoai minha audácia; antes da minha morte, vinde vós mesma consolar-me com a vossa presença; concedestes esta graça a tantos devotos vossos; também eu a quero e desejo obtê-la. Ó Maria, espero-vos; não me deixeis ficar desconsolado.”

Assim é que o Santo rogara à Virgem Maria. E esta Mãe amorosa atende agora ao pedido do seu Servo, consolando-o pela sua doce presença. O Santo, ao vê-la, regozija-se, e, com o rosto infamado, sorri-lhe docemente, fala-lhe e fica longo tempo em atitude de êxtase, tendo um antegozo do paraíso.

Entra finalmente em agonia, e, por entre as orações, as ternuras, as lágrimas de todos, como que adormecendo suavemente, exala a sua bela alma no seio de Deus. Como defensor da Igreja, morre na festa de São Pedro ad Vincula (“São Pedro acorrentado”); como amante entranhado de Marinha, numa quarta-feira, dia de São José; como grande devoto do mistério da Encarnação, ao som do Angelus . – Alegra-te com o Santo, agradece a Deus em seu nome, e põe-te debaixo da sua proteção especial. Para ganhares mais a sua benevolência, pede a Deus aumente o número de seus filhos espirituais e lhes conserve sempre o bom espírito.

II. Se desejas uma morte semelhante à de Santo Afonso, aplica-te à imitação das suas virtudes, e especialmente daquelas doze que nas Regras ele inculca tanto aos membros da sua Congregação. Imita-o sobretudo na sua devoção a Jesus Sacramentado e a Maria Santíssima, a protetora dos agonizantes, e também, à imitação do Santo, procura promover o mais possível estas devoções nos corações dos outros. – O que não se sentir com forças suficientes para imitar um modelo tão perfeito, implore a intercessão do próprio Santo Doutor.

Ó Santo Afonso, meu glorioso e amado Protetor, que trabalhastes e sofrestes tanto para assegurar aos homens os frutos da Redenção! Vede a miséria da minha pobre alma e tende piedade de mim. pela vossa poderosa intercessão junto de Jesus e Maria, obtende-me, com um sincero arrependimento, o perdão das minhas faltas passadas, um vivo horror do pecado, e a força de resistir sempre às tentações. Comunicai-me, eu vo-lo suplico, uma faísca da ardente caridade com que foi sempre abraso o vosso coração, e fazei, que à vossa imitação, a vontade divina seja a única regra da minha vida. Obtende-me também um ardente e constante amor a Jesus Cristo, e uma terna e filial devoção a Maria, a graça de orar sem cessar, e de perseverar no serviço de Deus até à hora da minha morte, para que um dia unir-me a vós no céu, para cantar os louvores de Deus e Maria por toda a eternidade (1).

“Ó Deus, que, pelo bem-aventurado Afonso Maria, vosso confessor e pontífice, inflamado de zelo pela salvação das almas, destes novos filhos à vossa Igreja, concedei-nos, nós vo-lo pedimos, que, instruídos pelos seus salutares avisos, e fortificados pelos seus exemplos, possamos chegar felizmente a Vós” (2). Fazei-o pelo amor de Jesus e Maria.

Referências:

(1) Indulgência de 200 dias (2) Or. Fest.

(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo III: Desde a Décima Segunda Semana depois de Pentecostes até o fim do ano eclesiástico. Friburgo: Herder & Cia, 1922, p. 343-345)

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1. Preparação

Na preparação fazem-se três atos:

1º Ato de Fé na presença de Deus, dizendo:

Meu Deus, eu creio que estais aqui presente e Vos adoro com todo o meu afeto

2º Ato de Humildade, por um breve ato de contrição:

Senhor, nesta hora deveria eu estar no inferno por causa dos meus pecados; de todo o coração arrependo de Vos ter ofendido, ó Bondade infinita.

3º Ato de Petição de luzes:

Meu Deus, pelo amor de Jesus e Maria, esclarecei-me nesta meditação, para que tire proveito dela.

Depois:

  • uma Ave Maria à Santíssima Virgem, afim de que nos obtenha esta luz;
  • na mesma intenção um Glória ao Pai a São José, ao Anjo da Guarda e ao nosso Santo Protetor.


Estes atos devem ser feitos com atenção, mas brevemente, depois do que se fará a Meditação.

2. Meditação

Para a Meditação sirvamo-nos sempre de um livro, ao menos no começo, parando nas passagens que mais impressão nos fazem. São Francisco de Sales diz que devemos imitar as abelhas, que se demoram numa flor enquanto acham mel, e voam depois para outra.

Note-se além disto que são três os frutos da meditação: afetos, súplicas e resoluções; nisto é que consiste o proveito da oração mental. Assim, depois de haverdes meditado numa verdade eterna, e Deus ter falado ao vosso coração, é mister que faleis a Deus:

1º Pelos Afetos

Isto é, pelos atos de fé, agradecimento, adoração, louvor, humildade, e sobretudo de amor e de contrição, que é também ato de amor. O amor é como que uma corrente de ouro que une a alma a Deus. Conforme Santo Tomás, todo o ato de amor nos merece mais um grau de glória eterna. Eis aqui exemplos de atos de amor:

Meu Deus, eu Vos amo sobre todas as coisas. Eu Vos amo de todo o meu coração. Fazei-me saber o que é de vosso agrado; quero fazer em tudo a vossa vontade. Regozijo-me por serdes infinitamente feliz.

Para o ato de contrição basta dizer:

Bondade infinita, pesa-me de Vos ter ofendido.

2º Pelas Súplicas

Pedindo a Deus luzes, a humildade ou qualquer outra virtude, uma boa morte, a salvação eterna; mas principalmente o dom do seu santo amor e a santa perseverança, porque, no dizer de São Francisco de Sales, com o amor se alcançam todas as graças.

Se a nossa alma está em grande aridez, basta dizermos:

Meu Deus, socorrei-me. Senhor, tende compaixão de mim. Meu Jesus, misericórdia!

Ainda que nada mais fizéssemos, a oração seria excelente.

3º Pelas Resoluções

Antes de se terminar a oração, cumpre tomar alguma resolução, não geral, como por exemplo evitar toda falta deliberada, de se dar todo a Deus, mas particular, como por exemplo evitar com mais cuidado tal defeito, em que se caia mais vezes, ou praticar melhor tal virtude em que a alma procurará exercer-se mais vezes: como seja, aturar o gênio de tal pessoa, obedecer mais exatamente a tal superior ou a regra, mortificar-se mais frequentemente em tal ponto, etc. Nunca terminemos a nossa oração sem havermos formado uma resolução particular.