Que a alma se deve preparar com grande diligência para a sagrada comunhão

Voz do Amado

1. Sou amigo da pureza e dispensador de toda santidade. Busco um coração puro, e este é o lugar do meu repouso. Prepara-me um cenáculo grande e bem ornado, e nele celebrarei a Páscoa com meus discípulos (Lc 22,12; Mt 26,18). Se queres que eu venha a ti e fique contigo, lança fora o velho fermento e limpa a morada do teu coração. Desterra dele o mundo todo e o tumulto dos vícios; assenta-te, qual passarinho solitário, no telhado, e relembra teus pecados na amargura de tua alma (Sl 101,8). Porque todo amante prepara para o seu amado o melhor e mais belo aposento, porque nisto se conhece o amor de quem acolhe o amado.

1. Sabe, porém, que não podes chegar a uma digna preparação com aquilo que fazes, ainda que empregasses nela um ano inteiro, sem cuidar em mais nada. Mas só por minha bondade e graça te é permitido chegar à minha mesa, como se um mendigo fora convidado à mesa de um rico e não tivera outra coisa com que pagar os benefícios recebidos, senão humilde agradecimento. Faze o que podes, e faze-o com diligência; não por costume ou por necessidade, mas por temor, respeito e amor, recebe o corpo do teu amado Senhor e Deus, que se digna de te visitar. Sou eu quem te chamou e mandou que assim se fizesse; eu suprirei o que te falta; vem receber-me.

2. Quando te concedo a graça da devoção, dá graças a teu Deus, não que sejas digno, mas porque tive pena de ti. Se não tens devoção, mas te sentes muito seco, persevera na oração, suspira, bate à porta e não cesses até que mereças receber uma migalha ou uma gota de minha graça salutar. Tu necessitas de mim, e não eu de ti. Não vens tu me santificar, mas sou eu quem te venho santificar e fazer melhor. Tu vens para que, santificado por mim e a mim unido, recebas nova graça e de novo te afervores para a emenda. “Não desprezes esta graça” (1Tim 4,14); mas dispõe com toda diligência teu coração e recebe nele o teu Amado.

3. Importa, porém, que não só te prepares para a devoção antes da comunhão, mas também que a conserves cuidadosamente depois da recepção do Sacramento. Não é menor a vigilância que se exige depois da comunhão, do que a fervorosa preparação antes de recebê-la. Pois essa boa vigilância posterior é novamente a melhor preparação para alcançar maior graça; ao contrário, muito indisposto se torna quem logo depois se dissipa com recreações exteriores. Guarda-te de falar muito, retira-te na solidão e goza do teu Deus; pois possuis aquele que o mundo todo te não pode roubar. A mim te deves entregar inteiramente, de sorte que já não vivas em ti, mas em mim, sem mais cuidado algum.

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