“Enviou diante de Si mensageiros, que, caminhando, entraram numa cidade dos samaritanos para Lhe preparar pousada. E não O receberam, por ter aparência de que ia para Jerusalém. Vendo isto, Seus discípulos Tiago e João disseram:
Senhor, queres que digamos que desça fogo do Céu e os consuma? Porém, voltando-se para eles, repreendeu-os dizendo: Não sabeis de que espírito sois!
O Filho do homem não veio para perder as almas, mas para salvá-las” (1)

Jesus, diz o Evangelho, voltando-se para os discípulos que pediam fogo e castigos para a cidade, repreendeu-os:

“Não sabeis de que espírito sois?”

É que o espírito de doçura, perdão e misericórdia, caracteriza a doutrina de
Nosso Senhor, em seu Evangelho.

“Não veio o Filho do homem para perder as almas,mas para salvá-las”

Fogem do espírito evangélico o rigor e dureza com que alguns cristãos tratam o próximo sob pretexto de combater pela fé, e chamar a vingança Divina sobre o pecado. Fazem de Deus um Deus vingativo e terrível.

Assustam as pobres almas e irritam ainda mais os inimigos de Nosso Senhor e da
Igreja. Ah! Não conhecem o espírito do Evangelho esses apóstolos imprudentes, irritadiços e intolerantes. Tenhamos paciência e doçura com os pecadores, como
Jesus tem paciência e misericórdia conosco. Para longe de nós esse zelo amargo.
Havemos então de perder as almas que o Filho do homem veio salvar?

Referências:
(1) São Lucas 9, 51-56

(Brandão, Ascânio. Breviário da Confiança: Pensamentos para cada dia do ano.
Oficinas Gráficas “Ave-Maria”, 1936, p. 182)