Quinta-feira da Primeira Semana do Advento

Jesus ilumina o mundo e glorifica a Deus

Creavit Dominus novum super terram – “O Senhor criou uma coisa nova sobre a terra” (Jr 31, 22)

Sumário. Antes da vinda do Messias, o mundo estava abismado na ignorância, e o Deus verdadeiro era apenas conhecido num cantinho da terra, na Judéia. De todas aquelas trevas livrou-nos Jesus Cristo, que desde o primeiro instante da sua conceição deu mais glória ao Pai Eterno do que lhe têm dado e darão todos os Anjos e Santos. Tomemos ânimo nós, os pobres pecadores, e ofereçamos a Deus Pai este Menino e ressarci-Lo-emos de todas as ofensas que Lhe temos feito.

I. Antes da vinda do Messias, o mundo estava abismado na noite tenebrosa da ignorância e do pecado. No mundo o Deus verdadeiro era conhecido tão somente num cantinho da terra, a saber, na Judéia: Notus in Iudaea Deus — “Deus é conhecido na Judéia” (1) . Em todo o resto do mundo eram adorados como deuses os demônios, os animais e as pedras. Em toda a parte reinava a noite do pecado, que cega as almas, enche-as de vícios, e priva-as da vista do estado miserável em que se acham, inimigas de Deus e condenadas ao inferno. Dessas trevas veio Jesus livrar o mundo. Livrou-o da idolatria dando-lhe o conhecimento do Deus verdadeiro; livrou-o do pecado com a luz de sua doutrina e dos exemplos divinos: O Filho de Deus veio ao mundo para destruir as obras do diabo (2).

O profeta Jeremias predisse que Deus havia de criar um novo Menino para ser o Redentor dos homens: Creavit Dominus novum super terram. Esse novo Menino foi Jesus Cristo, que faz as delícias do paraíso e é o amor de Deus Pai, que fala assim: Este é o meu Filho dileto em que deposito as minhas complacências (3). É este Filho quem se fez homem. Embora criança nova, deu a Deus mais honra e glória no primeiro momento de sua criação do que lhe têm dado e durante toda a eternidade lhe poderão dar todos os Anjos e Santos juntos. Por isso é que no nascimento de Jesus os Anjos cantaram: Gloria in excelsis Deo — “Glória a Deus nas alturas”. Jesus Menino rendeu a Deus mais glória do que Lhe arrebataram os pecados de todos os homens.

II. Tomemos, pois, ânimo, nós, pobres pecadores. Ofereçamos ao Pai Eterno o divino Menino; apresentemos-Lhe as lágrimas, a obediência, a humildade, a morte e os méritos de Jesus Cristo e ressarciremos a Deus toda a injúria que com as nossas ofensas Lhe tenhamos feito.

Ah! Meu Deus eterno, eu Vos desonrei, pospondo tantas vezes a vossa vontade à minha, e a vossa santa graça às minhas satisfações vis e miseráveis. Que esperança de perdão poderia eu ter, se Vós não me tivésseis dado Jesus Cristo exatamente a fim de que fosse a esperança de nós, pecadores? Ipse est propitiatio pro peccatis nostris (4) — “Ele é a propiciação pelos nossos pecados” . Sim, porque Jesus Cristo, sacrificando a vida para satisfação das injúrias que nós Vos tínhamos feito, mais glória Vos deu, do que nós Vos desonráramos com os nossos pecados. Aceitai-me, pois, ó meu Pai, pelo amor de Jesus Cristo.

Pesa-me, ó Bondade infinita, de Vos ter ofendido. Não sou digno de perdão; mas Jesus Cristo é digno de ser por Vós atendido. Estando pregado na cruz por mim, Ele Vos pediu um dia: Pater, dimitte — “Pai, perdoai-lhes”; e mesmo agora no céu Vos pede que me aceiteis por filho: Advocatum habemus Iesum Christum, qui etiam interpellat pro nobis (5) — “Temos por advogado Jesus Cristo, que também intercede por nós” . Aceitai um filho ingrato que primeiro Vos deixou, mas agora volta com a resolução de Vos amar. Sim, meu Pai, eu Vos amo e quero amar-Vos sempre. Ah! Meu Pai, agora que conheço o amor que me tendes tido e a paciência que por tantos anos haveis usado para comigo, não quero mais viver sem Vos amar. Dai-me um grande amor que me faça sempre chorar os desgostos que Vos tenho dado, a Vós, meu Pai tão bom, e me faça sempre arder de amor para com um Pai tão amante. Meu Pai, eu Vos amo, eu Vos amo, eu Vos amo.

— Ó Maria, Deus é meu Pai e vós sois minha Mãe. Vós podeis tudo junto de Deus; ajudai-me; alcançai-me a santa perseverança e o seu santo amor.

Referências:

(1) Sl 75, 2 (2) 1 Jo 3, 8 (3) Mt 17, 5 (4) 1 Jo 2, 2 (5) 1 Jo 2, 1

(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo I: Desde o Primeiro Domingo do Advento até a Semana Santa inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 18-20)

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1. Preparação

Na preparação fazem-se três atos:

1º Ato de Fé na presença de Deus, dizendo:

Meu Deus, eu creio que estais aqui presente e Vos adoro com todo o meu afeto

2º Ato de Humildade, por um breve ato de contrição:

Senhor, nesta hora deveria eu estar no inferno por causa dos meus pecados; de todo o coração arrependo de Vos ter ofendido, ó Bondade infinita.

3º Ato de Petição de luzes:

Meu Deus, pelo amor de Jesus e Maria, esclarecei-me nesta meditação, para que tire proveito dela.

Depois:

  • uma Ave Maria à Santíssima Virgem, afim de que nos obtenha esta luz;
  • na mesma intenção um Glória ao Pai a São José, ao Anjo da Guarda e ao nosso Santo Protetor.


Estes atos devem ser feitos com atenção, mas brevemente, depois do que se fará a Meditação.

2. Meditação

Para a Meditação sirvamo-nos sempre de um livro, ao menos no começo, parando nas passagens que mais impressão nos fazem. São Francisco de Sales diz que devemos imitar as abelhas, que se demoram numa flor enquanto acham mel, e voam depois para outra.

Note-se além disto que são três os frutos da meditação: afetos, súplicas e resoluções; nisto é que consiste o proveito da oração mental. Assim, depois de haverdes meditado numa verdade eterna, e Deus ter falado ao vosso coração, é mister que faleis a Deus:

1º Pelos Afetos

Isto é, pelos atos de fé, agradecimento, adoração, louvor, humildade, e sobretudo de amor e de contrição, que é também ato de amor. O amor é como que uma corrente de ouro que une a alma a Deus. Conforme Santo Tomás, todo o ato de amor nos merece mais um grau de glória eterna. Eis aqui exemplos de atos de amor:

Meu Deus, eu Vos amo sobre todas as coisas. Eu Vos amo de todo o meu coração. Fazei-me saber o que é de vosso agrado; quero fazer em tudo a vossa vontade. Regozijo-me por serdes infinitamente feliz.

Para o ato de contrição basta dizer:

Bondade infinita, pesa-me de Vos ter ofendido.

2º Pelas Súplicas

Pedindo a Deus luzes, a humildade ou qualquer outra virtude, uma boa morte, a salvação eterna; mas principalmente o dom do seu santo amor e a santa perseverança, porque, no dizer de São Francisco de Sales, com o amor se alcançam todas as graças.

Se a nossa alma está em grande aridez, basta dizermos:

Meu Deus, socorrei-me. Senhor, tende compaixão de mim. Meu Jesus, misericórdia!

Ainda que nada mais fizéssemos, a oração seria excelente.

3º Pelas Resoluções

Antes de se terminar a oração, cumpre tomar alguma resolução, não geral, como por exemplo evitar toda falta deliberada, de se dar todo a Deus, mas particular, como por exemplo evitar com mais cuidado tal defeito, em que se caia mais vezes, ou praticar melhor tal virtude em que a alma procurará exercer-se mais vezes: como seja, aturar o gênio de tal pessoa, obedecer mais exatamente a tal superior ou a regra, mortificar-se mais frequentemente em tal ponto, etc. Nunca terminemos a nossa oração sem havermos formado uma resolução particular.

S. Alfonso Maria De Liguori Evangelizare Pauperibus Misit Me

REZE CONOSCO

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