Domingo entre a Circuncisão e a Epifania

Festa do Santíssimo Nome de Jesus

Vocatum est nomen eius Jesus, quod vocatum est ab Angelo, priusquam in utero conciperetur – “Foi-lhe posto o nome de Jesus, como o havia chamado o Anjo, antes de concebido” (Lc 2, 21)

Sumário. O divino Nome de Jesus é comparado pelo Espírito Santo com azeite, porque, assim como o azeite dá luz, alimenta e cura, assim o Nome de Jesus é luz para o espírito, alimento para o coração, medicina para a alma. Felizes de nós se formos sempre devotos deste grande Nome, e, juntamente com os de Maria e José, o tivermos frequentes vezes nos lábios, especialmente no tempo das tentações! Quem jamais se perdeu tendo invocado estes santíssimos Nomes na tentação?

I. O Nome de Jesus é um nome divino, anunciado a Maria da parte de Deus por São Gabriel:

Et vocabis nomen eius Jesum (1) – “Pôr-lhe-ás o nome de Jesus”

Por isso foi chamado nome acima de todo outro nome (2), no qual só se acha a salvação: in quo oportet nos salvos fieri (3). – Este grande nome é comparado pelo Espírito Santo com azeite:

Oleum effusum nomen tuum (4) – “O teu nome é como azeite derramado”

E com razão, diz São Bernardo; pois, assim o nome de Jesus é luz para o espírito, alimento para o coração e medicina para a alma.

É luz para o espírito. Com este nome converteu-se o mundo das trevas da idolatria para a luz da fé. Nós que nascemos em regiões onde antes da vinda de Cristo todos os nossos antepassados eram pagãos, todos nós o seríamos igualmente se o Messias não tivesse vindo para nos iluminar. Como devemos, portanto, agradecer a Jesus Cristo o dom da fé! O que seria de nós, se tivéssemos nascido na Ásia ou na África, entre os idólatras?

“Quem não crer, será condenado” – Qui non crediret, condemnabitur (5)

E assim, segundo todas as possibilidades, nós também havíamos de nos perder.

II. Em segundo lugar, o nome de Jesus é um alimento, que nutre os nossos corações. E de fato, porque este nome nos recorda o que Jesus tem feito para a nossa salvação. Por isso este nome nos consola nas tribulações, fortalece-nos para seguirmos o caminho da salvação, anima-nos nas desconfianças, e abrasa-nos em amor pela recordação de que o nosso Redentor tem padecido para nos salvar.

Finalmente este nome é medicina para a alma, porquanto nos torna fortes contra as tentações dos nossos inimigos. O inferno treme e foge ao ouvir a invocação deste santo Nome, segundo nos afirma o Apóstolo:

In nomine Iesu omne genu flectatur, coelestium, terrestrium et infernorum (6) – “Ao nome de Jesus dobre-se todo o joelho no céu, na terra e nos infernos”

Quem jamais se perdeu, depois de ter invocado nas tentações o nome de Jesus? Perde-se quem não chama Jesus em seu auxílio, ou deixa de invocá-lo quando a tentação continua (7).

III. Ó meu Jesus, se eu Vos tivera sempre invocado, nunca teria sido vencido pelo demônio. Perdi miseravelmente a vossa graça, porque nas tentações me descuidei de Vos chamar em meu auxílio. Ponho toda a minha esperança em vosso santo Nome: Omnia possum in eo qui me confortat (8) – “Tudo posso naquele que me fortalece”. Gravai, ó meu Salvador, gravai em meu pobre coração o vosso poderosíssimo Nome, afim de que, tendo-o sempre também na boca invocando-o em todas as tentações, que o inferno me prepara afim de me ver novamente seu escravo e separado de Vós. Em vosso nome acharei todo o bem. Nas aflições ele me consolará, pela lembrança que Vós tendes estado muito mais aflito por meu amor. Na desconfiança que me vier por causa dos meus pecados, animar-me-á, lembrando-me que viestes ao mundo exatamente para salvar os pecadores. Nas tentações o vosso nome me dará força, porque me recordará que Vós sois mais poderoso para me ajudar do que o inferno para me vencer; finalmente na minha frieza em vosso amor, o vosso nome restituir-me-á o fervor pela recordação do amor que me tendes tido.

Amo-Vos, ó meu Jesus; Vós sois, e como espero, sereis sempre o meu único amor. Ó Jesus meu, eu Vos dou todo o meu coração, só a Vós quero amar, e quero invocar-Vos o mais frequentemente possível. Quero morrer com o vosso nome nos lábios, porque é nome de esperança, nome de salvação, nome de amor.

– Ó Maria, se me tendes amor, eis aí a graça que me deveis impetrar: fazei com que eu invoque sempre o vosso nome, o de vosso filho e o de vosso castíssimo Esposo. Fazei que os vossos nomes dulcíssimos sejam a respiração de minha alma, e que sempre repita em vida, para depois repeti-lo na morte: Jesus e Maria, ajudai-me; Jesus e Maria, eu Vos amo! + Jesus, José e Maria, fazei que a minha alma expire em paz na vossa companhia (9).

Ó Pai Eterno, que constituístes a vosso Filho unigênito Salvador do gênero humano, e mandastes se lhe desse o nome de Jesus: concedei benigno que, venerando na terra seu santo nome, gozemos também de sua divina presença no céu. Fazei-o pelo amor do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor.” (10)

Referências:

(1) Lc 1, 31 (2) Fl 2, 9 (3) At 4, 12 (4) Ct 1, 2 (5) Mc 16, 16 (6) Fl 2, 10 (7) 25 dias de indulgências para quem invoca o nome de Jesus e de Maria (8) Fl 4, 13 (9) Indulgência de 300 dias, cada vez (10) Or. fest.

(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo I: Desde o Primeiro Domingo do Advento até a Semana Santa inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 108-111)

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1. Preparação

Na preparação fazem-se três atos:

1º Ato de Fé na presença de Deus, dizendo:

Meu Deus, eu creio que estais aqui presente e Vos adoro com todo o meu afeto

2º Ato de Humildade, por um breve ato de contrição:

Senhor, nesta hora deveria eu estar no inferno por causa dos meus pecados; de todo o coração arrependo de Vos ter ofendido, ó Bondade infinita.

3º Ato de Petição de luzes:

Meu Deus, pelo amor de Jesus e Maria, esclarecei-me nesta meditação, para que tire proveito dela.

Depois:

  • uma Ave Maria à Santíssima Virgem, afim de que nos obtenha esta luz;
  • na mesma intenção um Glória ao Pai a São José, ao Anjo da Guarda e ao nosso Santo Protetor.


Estes atos devem ser feitos com atenção, mas brevemente, depois do que se fará a Meditação.

2. Meditação

Para a Meditação sirvamo-nos sempre de um livro, ao menos no começo, parando nas passagens que mais impressão nos fazem. São Francisco de Sales diz que devemos imitar as abelhas, que se demoram numa flor enquanto acham mel, e voam depois para outra.

Note-se além disto que são três os frutos da meditação: afetos, súplicas e resoluções; nisto é que consiste o proveito da oração mental. Assim, depois de haverdes meditado numa verdade eterna, e Deus ter falado ao vosso coração, é mister que faleis a Deus:

1º Pelos Afetos

Isto é, pelos atos de fé, agradecimento, adoração, louvor, humildade, e sobretudo de amor e de contrição, que é também ato de amor. O amor é como que uma corrente de ouro que une a alma a Deus. Conforme Santo Tomás, todo o ato de amor nos merece mais um grau de glória eterna. Eis aqui exemplos de atos de amor:

Meu Deus, eu Vos amo sobre todas as coisas. Eu Vos amo de todo o meu coração. Fazei-me saber o que é de vosso agrado; quero fazer em tudo a vossa vontade. Regozijo-me por serdes infinitamente feliz.

Para o ato de contrição basta dizer:

Bondade infinita, pesa-me de Vos ter ofendido.

2º Pelas Súplicas

Pedindo a Deus luzes, a humildade ou qualquer outra virtude, uma boa morte, a salvação eterna; mas principalmente o dom do seu santo amor e a santa perseverança, porque, no dizer de São Francisco de Sales, com o amor se alcançam todas as graças.

Se a nossa alma está em grande aridez, basta dizermos:

Meu Deus, socorrei-me. Senhor, tende compaixão de mim. Meu Jesus, misericórdia!

Ainda que nada mais fizéssemos, a oração seria excelente.

3º Pelas Resoluções

Antes de se terminar a oração, cumpre tomar alguma resolução, não geral, como por exemplo evitar toda falta deliberada, de se dar todo a Deus, mas particular, como por exemplo evitar com mais cuidado tal defeito, em que se caia mais vezes, ou praticar melhor tal virtude em que a alma procurará exercer-se mais vezes: como seja, aturar o gênio de tal pessoa, obedecer mais exatamente a tal superior ou a regra, mortificar-se mais frequentemente em tal ponto, etc. Nunca terminemos a nossa oração sem havermos formado uma resolução particular.

S. Alfonso Maria De Liguori Evangelizare Pauperibus Misit Me

REZE CONOSCO

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