Maria Santíssima é cheia de Graça – Meditação Alternativa

Maria Santíssima é cheia de Graça

Ave, gratia plena, Dominus tecum — “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo” (Lc 1, 28)

Sumário. Querendo a Santíssima Trindade ostentar as suas grandezas, criou a Santíssima Virgem, destinou-a para Mãe do Verbo encarnado, e em vista desta dignidade imensa e incomparável, enriqueceu-lhe a alma bendita de toda a espécie de graças, superiores às repartidas entre todas as criaturas. Por isso a Santíssima Virgem está no céu assentada num trono de majestade, à direita de Jesus Cristo, forma uma hierarquia separada, e só ela dá mais brilho à pátria bem-aventurada do que tudo o mais que há no paraíso. Façamos ato de fé nesta grandeza inefável de nossa querida Mãe, rendamos graças a Deus e unamo-nos aos espíritos angélicos para a amar e bendizer.

I. Consideremos que a Santíssima Trindade, querendo ostentar as suas grandezas, criou Maria Santíssima, destinou-a para Mãe do Verbo divino, e, em vista desta dignidade imensa e incomparável, enriqueceu-lhe a alma bendita com todas as prerrogativas, virtudes, dons e santidade, repartidos entre as demais criaturas. Assim como um artista que resolveu fazer um primor de arte, sempre nele está pensando e com toda a aplicação forma projetos, a fim de que saia uma obra-prima; da mesma forma, conforme a divina Mãe revelou à Santa Matilde, “a Santíssima Trindade em mim se deleitava e regozijava, comprazendo-se na obra maravilhosa, que pelo seu poder, sabedoria e infinita bondade queria formar em mim”.

A divina Mãe é, pois, mais rica em graça, em merecimentos, em privilégios, em grandezas, em glória, do que todos os anjos e santos juntos. Como Primogênita do Pai Eterno, como Mãe do Filho de Deus e como Esposa do Espírito Santo está ela assentada num trono de majestade, à direita de Jesus Cristo, formando uma hierarquia separada e superior às outras. Por conseguinte, ela por si só dá ao céu mais glória e esplendor, mais luz e graça, mais alegria e júbilo do que tudo o mais o que há no paraíso. Numa palavra, só Deus é superior a Maria e só Ele, no dizer de São Bernardino, pode conhecer a sublimidade da elevação da Virgem.

Pelo que o anjo revelou a Santa Brígida que as hierarquias angélicas, pasmadas à vista do trono sublime preparado pela Santíssima Trindade para a futura Mãe de Deus, conceberam para com Maria tamanha reverência e respeito, tanta satisfação e complacência, que começaram a amá-la mais do que a si próprios, e alegraram-se mais pelas graças que Deus resolvera dar a Maria, que pela sua própria criação. Unamo-nos a estes espíritos celestiais no amor e respeito para com a nossa grande Rainha.

II. Alegremo-nos frequentemente com a divina Mãe pelas suas graças e pela sua glória e digamos-lhe com Carlos, filho de Santa Brígida:

“Ó Maria, amo-vos tanto, que antes quisera sofrer toda a pena, a fim de que não ficásseis privada, um só instante, da vossa dignidade e grandeza; e, se estivesse ao meu alcance, de boa vontade me privaria de todos os meus bens, a fim de os dar a vós, minha Mãe queridíssima”

Demos todos os dias graças à Santíssima Trindade pelos privilégios concedidos a Maria, rezando três Glórias ao Pai; e façamos por ela três atos de amor e de mortificação. Quando ouvirmos o nome de Maria, inclinemos a cabeça, avivemos a nossa fé na maternidade divina e agradeçamos a Jesus Cristo o querer fazer-se filho de Maria, e dar-no-la por Mãe.

Ó Virgem Santíssima, Mãe de Deus e minha Mãe, Maria, permiti que, prostrado diante do trono da vossa Majestade, una a minha voz à do arcanjo São Gabriel e vos diga: Ave, gratia plena, Dominus tecum! Deus vos salve, ó Maria, cheia de graça; o Senhor é convosco. Vós sois a bendita entre as mulheres; bendita entre todas as gerações presentes, passadas e futuras; bendita por todas as línguas, por todas as nações, por todos os reinos e por todos os povos. E convosco seja bendito o fruto do vosso ventre virginal, Jesus: Et benedictus fructus ventris tui (1).

Ó Virgem Santíssima, lembrai-vos de mim, pobre pecador, alcançai-me as graças de que necessito: fazei com que comece uma vida nova e a termine com uma boa morte. E assim como eu, miserável, vos bendigo na terra, assim abençoai-me vós, juntamente com Jesus Cristo, lá do alto do céu, a fim de que possa um dia ir louvar-vos e agradecer-vos no paraíso. Ó minha querida Mãe, fazei-o pela honra do vosso nome e pelo muito que amais à Santíssima Trindade que vos comunicou tamanha grandeza. “E Vós, ó meu Deus, que pela virgindade fecunda de Maria concedestes ao gênero humano a graça da Redenção, concedei-me que, invocando cá na terra à mesma Bem-aventurada Virgem como Mãe da graça, mereça gozar no céu a sua perpétua companhia. Fazei-o pelo amor de Jesus Cristo” (2).

Referências: (1) Lc 1, 42. (2) Or. eccles.

(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo II: Desde o Domingo da Páscoa até à Undécima semana depois de Pentecostes inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 409-411)

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1. Preparação

Na preparação fazem-se três atos:

1º Ato de Fé na presença de Deus, dizendo:

Meu Deus, eu creio que estais aqui presente e Vos adoro com todo o meu afeto

2º Ato de Humildade, por um breve ato de contrição:

Senhor, nesta hora deveria eu estar no inferno por causa dos meus pecados; de todo o coração arrependo de Vos ter ofendido, ó Bondade infinita.

3º Ato de Petição de luzes:

Meu Deus, pelo amor de Jesus e Maria, esclarecei-me nesta meditação, para que tire proveito dela.

Depois:

  • uma Ave Maria à Santíssima Virgem, afim de que nos obtenha esta luz;
  • na mesma intenção um Glória ao Pai a São José, ao Anjo da Guarda e ao nosso Santo Protetor.


Estes atos devem ser feitos com atenção, mas brevemente, depois do que se fará a Meditação.

2. Meditação

Para a Meditação sirvamo-nos sempre de um livro, ao menos no começo, parando nas passagens que mais impressão nos fazem. São Francisco de Sales diz que devemos imitar as abelhas, que se demoram numa flor enquanto acham mel, e voam depois para outra.

Note-se além disto que são três os frutos da meditação: afetos, súplicas e resoluções; nisto é que consiste o proveito da oração mental. Assim, depois de haverdes meditado numa verdade eterna, e Deus ter falado ao vosso coração, é mister que faleis a Deus:

1º Pelos Afetos

Isto é, pelos atos de fé, agradecimento, adoração, louvor, humildade, e sobretudo de amor e de contrição, que é também ato de amor. O amor é como que uma corrente de ouro que une a alma a Deus. Conforme Santo Tomás, todo o ato de amor nos merece mais um grau de glória eterna. Eis aqui exemplos de atos de amor:

Meu Deus, eu Vos amo sobre todas as coisas. Eu Vos amo de todo o meu coração. Fazei-me saber o que é de vosso agrado; quero fazer em tudo a vossa vontade. Regozijo-me por serdes infinitamente feliz.

Para o ato de contrição basta dizer:

Bondade infinita, pesa-me de Vos ter ofendido.

2º Pelas Súplicas

Pedindo a Deus luzes, a humildade ou qualquer outra virtude, uma boa morte, a salvação eterna; mas principalmente o dom do seu santo amor e a santa perseverança, porque, no dizer de São Francisco de Sales, com o amor se alcançam todas as graças.

Se a nossa alma está em grande aridez, basta dizermos:

Meu Deus, socorrei-me. Senhor, tende compaixão de mim. Meu Jesus, misericórdia!

Ainda que nada mais fizéssemos, a oração seria excelente.

3º Pelas Resoluções

Antes de se terminar a oração, cumpre tomar alguma resolução, não geral, como por exemplo evitar toda falta deliberada, de se dar todo a Deus, mas particular, como por exemplo evitar com mais cuidado tal defeito, em que se caia mais vezes, ou praticar melhor tal virtude em que a alma procurará exercer-se mais vezes: como seja, aturar o gênio de tal pessoa, obedecer mais exatamente a tal superior ou a regra, mortificar-se mais frequentemente em tal ponto, etc. Nunca terminemos a nossa oração sem havermos formado uma resolução particular.