Mês de Janeiro – Santo Afonso, modelo de Fé Viva

Santo Afonso, modelo de Fé Viva

Iustus autem ex fide vivit – “O justo, porém, vive da fé” (Rm 1, 17)

Sumário. Com razão se pode dizer que o Santo Doutor viveu da fé porque foi ela o sustento quotidiano de toda a sua vida espiritual. O Santo apreciava extremamente a felicidade de ser católico, continuamente dava por isso graças a Deus e protestava que estava pronto a sacrificar o sangue e a vida para a propagação e conservação da Religião Católica entre os fiéis. Imitando tão grande Pai, façamos nós também frequentes atos de fé; e se não nos é dado fazer mais pela propagação do Evangelho, roguemos ao menos por todos os Missionários.

I. É com razão que se pode dizer que o Santo Doutor viveu da fé; porquanto foi ela o sustento quotidiano de toda a sua vida espiritual e a alma da sua piedade e devoção. Esclarecido desde jovem pela luz de tão bela virtude, ficou desde então impressionado pela lembrança das verdades eternas, e desde então começou a ter deus diante dos olhos, pois que se o figurava presente em toda parte. Por isso viam-no sempre grave e recolhido.

Além disso, a fé descobriu a Afonso que o mundo, com todas as suas riquezas, honras e prazeres, não é senão vaidade e miséria; pelo que não hesitou em largar generosamente mão de tudo, a fim de se consagrar inteiramente ao serviço divino. – Apreciava extremamente a ventura de ser católico, e protestando a Deus a sua gratidão, “Meu Deus” , disse, “graças Vos dou por me terdes feito cristão; creio tudo quanto a Santa Igreja me propõe para crer… Senhor, não tenho a pretensão de compreender os mistérios, que estão acima do meu entendimento; basta-me o saber que Vós os tendes revelado” .

Finalmente, foi tão grande a dor de Afonso por ver a pouca fé que há no mundo, mesmo entre os que se dizem cristãos, que não tinha mais sossego. Desejava percorrer o universo pregando em toda a parte, e, se necessário fosse, sacrificar para este fim o sangue e a vida. Eis porque escreveu tantos livros para defender a religião católica, e fundou também a sua Congregação do Santíssimo Redentor. – O meio, porém, mais comum, e talvez mais eficaz, de que o Santo se servia para a conservação e propagação da fé, foi a sua oração contínua e fervorosa. Somente na eternidade veremos quantos homens se converteram por este grande meio!

II. Inspice et fac secundum exemplar – “Toma bem sentido e faze tudo conforme o modelo” (1). Regozijando-nos com o Santo, tomemo-lo por modelo e procuremos ser vivas imagens suas. Façamos, portanto, frequentes atos de fé, protestemos que sempre seremos filhos obedientes da Igreja, e trabalhemos, na medida das nossas forças, pela propagação e conservação da fé. Se mais não nos é possível, rezemos pelo menos, e recomendemos cada dia a Deus todos os missionários e em particular os filhos do Santo Doutor.

Ó Salvador do mundo, graças Vos dou em meu nome e no de todos os fiéis, meus irmãos, por nos terdes chamado e admitido a vivermos na verdadeira fé, que ensina a Santa Igreja Católica Romana. “ Deus de bondade “, dir-Vos-ei com São Francisco de Sales, “ grandes e numerosos são os benefícios com que me haveis obrigado; mas como Vos poderei agradecer bastantemente o me haverdes esclarecido com as luzes da santa fé? Tremo, Senhor, comparando minha ingratidão com tão grande benefício “.

Ó meu Jesus, eu Vos dou tantas graças por este grande dom, quantas um miserável como eu pode dar-Vos; fazei conheçam todos os homens a beleza da Vossa santa fé. Mas, ó Deus, quão poucos são os que vivem nesta verdadeira religião! A maior parte dos homens jazem sepultados nas trevas da infidelidade ou da heresia. Vós Vos humilhastes até à morte pela salvação dos homens, e estes, ingratos, nem sequer Vos querem conhecer. Peço-Vos, ó Deus Todo-Poderoso, Bem Supremo e Infinito, fazei que todos Vos conheçam e todos Vos amem.

Ó grande Mãe de Deus, Maria, sois a protetora de todos: vede a ruína de tantas almas causada pelo inferno nestes nossos tempos. Ele anda espalhando tantos erros contra a fé, especialmente por meio de tantos livros cheios de veneno! Por piedade, rogai a Deus, que tanto vos ama; rogai e impedi tão grande ruína. Rogai, rogai: as vossas súplicas são todo-poderosas junto a Jesus, vosso Filho, que gosta de vos atender em tudo que lhe pedirdes (2).

Referências:

(1) Ex 25, 40 (2) Oração de Santo Afonso

(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo I: Desde o Primeiro Domingo do Advento até a Semana Santa Inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 482-484)

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1. Preparação

Na preparação fazem-se três atos:

1º Ato de Fé na presença de Deus, dizendo:

Meu Deus, eu creio que estais aqui presente e Vos adoro com todo o meu afeto

2º Ato de Humildade, por um breve ato de contrição:

Senhor, nesta hora deveria eu estar no inferno por causa dos meus pecados; de todo o coração arrependo de Vos ter ofendido, ó Bondade infinita.

3º Ato de Petição de luzes:

Meu Deus, pelo amor de Jesus e Maria, esclarecei-me nesta meditação, para que tire proveito dela.

Depois:

  • uma Ave Maria à Santíssima Virgem, afim de que nos obtenha esta luz;
  • na mesma intenção um Glória ao Pai a São José, ao Anjo da Guarda e ao nosso Santo Protetor.


Estes atos devem ser feitos com atenção, mas brevemente, depois do que se fará a Meditação.

2. Meditação

Para a Meditação sirvamo-nos sempre de um livro, ao menos no começo, parando nas passagens que mais impressão nos fazem. São Francisco de Sales diz que devemos imitar as abelhas, que se demoram numa flor enquanto acham mel, e voam depois para outra.

Note-se além disto que são três os frutos da meditação: afetos, súplicas e resoluções; nisto é que consiste o proveito da oração mental. Assim, depois de haverdes meditado numa verdade eterna, e Deus ter falado ao vosso coração, é mister que faleis a Deus:

1º Pelos Afetos

Isto é, pelos atos de fé, agradecimento, adoração, louvor, humildade, e sobretudo de amor e de contrição, que é também ato de amor. O amor é como que uma corrente de ouro que une a alma a Deus. Conforme Santo Tomás, todo o ato de amor nos merece mais um grau de glória eterna. Eis aqui exemplos de atos de amor:

Meu Deus, eu Vos amo sobre todas as coisas. Eu Vos amo de todo o meu coração. Fazei-me saber o que é de vosso agrado; quero fazer em tudo a vossa vontade. Regozijo-me por serdes infinitamente feliz.

Para o ato de contrição basta dizer:

Bondade infinita, pesa-me de Vos ter ofendido.

2º Pelas Súplicas

Pedindo a Deus luzes, a humildade ou qualquer outra virtude, uma boa morte, a salvação eterna; mas principalmente o dom do seu santo amor e a santa perseverança, porque, no dizer de São Francisco de Sales, com o amor se alcançam todas as graças.

Se a nossa alma está em grande aridez, basta dizermos:

Meu Deus, socorrei-me. Senhor, tende compaixão de mim. Meu Jesus, misericórdia!

Ainda que nada mais fizéssemos, a oração seria excelente.

3º Pelas Resoluções

Antes de se terminar a oração, cumpre tomar alguma resolução, não geral, como por exemplo evitar toda falta deliberada, de se dar todo a Deus, mas particular, como por exemplo evitar com mais cuidado tal defeito, em que se caia mais vezes, ou praticar melhor tal virtude em que a alma procurará exercer-se mais vezes: como seja, aturar o gênio de tal pessoa, obedecer mais exatamente a tal superior ou a regra, mortificar-se mais frequentemente em tal ponto, etc. Nunca terminemos a nossa oração sem havermos formado uma resolução particular.