Quarta-feira da Décima Semana depois de Pentecostes

Condições da oração

Petitis et non accipitis, eo quod male petatis – “Pedis e não recebeis, porque pedis mal” (Tg 4, 3)

Sumário. Muitas pessoas rezam e não obtém nada, porque não pedem como convém. Para bem rezar é preciso, primeiro a humildade, porque Deus resiste aos soberbos. Em segundo lugar é preciso a confiança, que nos faz esperar tudo pelos merecimentos de Jesus Cristo e pela intercessão de Maria Santíssima. Mas, sobretudo, é necessária a perseverança, pois que, para nosso bem, Deus alguma vez demora em atender e quer ser vencido pela nossa importunação. Têm as tuas orações sempre estes três requisitos?

I. Muitas pessoas rezam e não obtém nada, porque não pedem como convém: Petitis et non accipitis, e o quod male petatis . Para bem rezar é preciso, em primeiro lugar, a humildade. Deus resiste aos soberbos e não lhes atende os pedidos; mas dá a sua graça aos humildes (2), e não deixa os seus pedidos sem os deferir.

“A oração do que se humilha, penetrará as nuvens e não se retirará enquanto o Altíssimo não puser nela os olhos.” (3)

E isto acontece, ainda que a pessoa tenha sido anteriormente pecador, porquanto Deus não desprezará um coração contrito e humilhado (4).

Em segundo lugar, é preciso a confiança, que nos faz esperar tudo pelos merecimentos de Jesus Cristo e pela intercessão de Maria Santíssima. Nullus speravit in Domino et confusus est (5) – “Ninguém esperou no Senhor e ficou confundido” . Ensina-nos Jesus Cristo mesmo que, quando tenhamos alguma graça a pedir, não o chamemos com outro nome, além do de Pai: Pater noster , afim de que oremos com toda a confiança que é própria do filho para com o pai. O que pede com confiança obtém tudo. “ Eu vos digo ”, assim fala o Senhor, “ que todas as coisas que pedirdes orando, crede que as recebereis, e ela vos acudirão. ” (6)

E quem pode recear, pergunta Santo Agostinho, ser enganado no que foi prometido pela própria Verdade, que é Deus? A Escritura nos afiança que Deus não é como os homens, que prometem e depois faltam à palavra, ou porque mentem quando prometem, ou porque mudam de vontade. Dixit ergo, et non faciet? (7) Santo Agostinho ainda acrescenta: Se o Senhor não nos quisesse conceder as graças, para que nos havia de exortar continuamente a pedir-lhas? Prometendo, contraiu a obrigação de nos dar as graças que lhe suplicarmos. Promittendo, debitorem se fecit .

II. O que importa sobretudo, é ter perseverança na oração. Diz Cornélio a Lapide que o Senhor “quer que sejamos perseverantes na oração até a importunação. É o que significam os textos seguintes da Escritura: É preciso orar sempre (8); Vigiai sempre, orando (9); Orai sem cessar (10). É o que significam ainda estas repetições: Pedi e recebereis; buscai e achareis; batei à porta e ela se vos abrirá (11). Bastava ter dito: pedi, petite ; mas o Senhor nos quis fazer compreender que devemos seguir o exemplo dos mendigos, que nunca deixam de pedir, de insistir e de bater à porta, enquanto não tenham recebido alguma esmola.

A perseverança final, especialmente, é uma graça que se não obtém sem oração contínua. Nós não podemos merecer a perseverança, mas merecemo-la de algum modo, diz Santo Agostinho, por meio das orações. Rezemos, pois, sempre, e não deixemos de rezar, se nos quisermos salvar. Os confessores e os pregadores nunca deixem de exortar à oração, se quiserem que as almas se salvem; porquanto o que reza certamente se salva, e o que não reza certamente se condena.

Meu Deus, tenho confiança de que já me perdoastes; mas meus inimigos não deixarão de me combater até à morte. Se não me socorrerdes, sucumbirei de novo. Suplico-Vos, pelos merecimentos de Jesus Cristo, que me concedais a santa perseverança. Não permitais que me afaste de Vós. Peço-Vos o mesmo favor para todos os que estão atualmente na vossa graça. Confiado em vossas promessas, estou certo de que me dareis a perseverança, se continuar a pedi-la. Receio, porém, que nas tentações deixe de recorrer a Vós, e assim torne a cair no pecado. Peço-Vos, pois, a graça de nunca deixar de rezar. – Fazei que nas ocasiões perigosas me recomende sempre a Vós e chame em meu auxílio os santíssimos Nomes de Jesus e Maria. É o que estou resolvido a fazer sempre, e espero fazê-lo pela vossa graça. Atendei-me pelo amor de Jesus Cristo. – Ó Maria, minha Mãe, fazei que nos perigos de perder o meu Deus sempre recorra a vós e a vosso Filho.

Referências:

(1) Sl 30, 6 (2) Tg 4, 6 (3) Eclo 35, 21 (4) Sl 50, 19 (5) Eclo 2, 11 (6) Mc 11, 24 (7) Nm 23, 19 (8) Lc 18, 1 (9) Lc 21, 36 (10) 1 Ts 5, 17 (11) Lc 11, 9

(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo II: Desde o Domingo da Páscoa até a Undécima Semana depois de Pentecostes inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 293-295)

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1. Preparação

Na preparação fazem-se três atos:

1º Ato de Fé na presença de Deus, dizendo:

Meu Deus, eu creio que estais aqui presente e Vos adoro com todo o meu afeto

2º Ato de Humildade, por um breve ato de contrição:

Senhor, nesta hora deveria eu estar no inferno por causa dos meus pecados; de todo o coração arrependo de Vos ter ofendido, ó Bondade infinita.

3º Ato de Petição de luzes:

Meu Deus, pelo amor de Jesus e Maria, esclarecei-me nesta meditação, para que tire proveito dela.

Depois:

  • uma Ave Maria à Santíssima Virgem, afim de que nos obtenha esta luz;
  • na mesma intenção um Glória ao Pai a São José, ao Anjo da Guarda e ao nosso Santo Protetor.


Estes atos devem ser feitos com atenção, mas brevemente, depois do que se fará a Meditação.

2. Meditação

Para a Meditação sirvamo-nos sempre de um livro, ao menos no começo, parando nas passagens que mais impressão nos fazem. São Francisco de Sales diz que devemos imitar as abelhas, que se demoram numa flor enquanto acham mel, e voam depois para outra.

Note-se além disto que são três os frutos da meditação: afetos, súplicas e resoluções; nisto é que consiste o proveito da oração mental. Assim, depois de haverdes meditado numa verdade eterna, e Deus ter falado ao vosso coração, é mister que faleis a Deus:

1º Pelos Afetos

Isto é, pelos atos de fé, agradecimento, adoração, louvor, humildade, e sobretudo de amor e de contrição, que é também ato de amor. O amor é como que uma corrente de ouro que une a alma a Deus. Conforme Santo Tomás, todo o ato de amor nos merece mais um grau de glória eterna. Eis aqui exemplos de atos de amor:

Meu Deus, eu Vos amo sobre todas as coisas. Eu Vos amo de todo o meu coração. Fazei-me saber o que é de vosso agrado; quero fazer em tudo a vossa vontade. Regozijo-me por serdes infinitamente feliz.

Para o ato de contrição basta dizer:

Bondade infinita, pesa-me de Vos ter ofendido.

2º Pelas Súplicas

Pedindo a Deus luzes, a humildade ou qualquer outra virtude, uma boa morte, a salvação eterna; mas principalmente o dom do seu santo amor e a santa perseverança, porque, no dizer de São Francisco de Sales, com o amor se alcançam todas as graças.

Se a nossa alma está em grande aridez, basta dizermos:

Meu Deus, socorrei-me. Senhor, tende compaixão de mim. Meu Jesus, misericórdia!

Ainda que nada mais fizéssemos, a oração seria excelente.

3º Pelas Resoluções

Antes de se terminar a oração, cumpre tomar alguma resolução, não geral, como por exemplo evitar toda falta deliberada, de se dar todo a Deus, mas particular, como por exemplo evitar com mais cuidado tal defeito, em que se caia mais vezes, ou praticar melhor tal virtude em que a alma procurará exercer-se mais vezes: como seja, aturar o gênio de tal pessoa, obedecer mais exatamente a tal superior ou a regra, mortificar-se mais frequentemente em tal ponto, etc. Nunca terminemos a nossa oração sem havermos formado uma resolução particular.

S. Alfonso Maria De Liguori Evangelizare Pauperibus Misit Me

REZE CONOSCO

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