Quarta-feira da Terceira Semana do Advento

Jesus, fonte de graças

Haurietis aquas in gaudio de fontibus Salvatoris – Tirareis com gosto águas das fontes do Salvador.

Sumário. Consideremos as quatro fontes de graças que possuímos em Jesus Cristo. Ele é uma fonte de misericórdia , na qual nos podemos limpar de nossas imundices; uma fonte de paz , que nos dá pleno contentamento; uma fonte de devoção , que nos faz prontos, na obediência à voz divina; afinal, uma fonte de amor , que nos abrasa no fogo de amor divino. Aproximemo-nos com confiança, e vamos frequentemente apagar a nossa sede nessas fontes inesgotáveis.

I. Considera as quatro fontes de graça que possuímos em Jesus Cristo, segundo a contemplação de São Bernardo. A primeira fonte é a de Misericordia , na qual nos podemos limpar de todas as imundices dos nossos pecados. O Redentor fez-nos manar esta fonte com as suas lágrimas e o seu sangue: Dilexit nos et lavit nos a peccatis nostris in sanguine suo – Ele nos amou e nos lavou de nossos pecados em seu sangue.

A segunda fonte é de Paz e de consolação em nossas tribulações . Invoca-me , diz o Senhor, no dia da tribulação, e eu te consolarei. – Invoca me in die tribulationis, eruam te (2). Quem tem sede das verdadeiras consolações, também nesta terra, venha a mim e eu o saciarei – Si quis sitit, veniat ad me (3). Quem prova a água de meu amor, aborrecerá para sempre todas as delícias do mundo. Qui autem biberit ex aqua, quam ego dabo ei, non sitiet in aeternum (4) – O que beber da água que eu lhe der, nunca mais terá sede. E ficará plenamente satisfeito, quando entrar no reino dos Bem-aventurados, porquanto a água da minha graça o fará subir da terra ao céu: Fiet in eo fons aquae salientis in vitam aeternam (5) – Virá a ser nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna. A paz que Deus dá as almas que o amam, não é como a paz que o mundo promete nos prazeres sensuais, que deixam atrás de si mais amargura da alma do que paz. A paz que Deus dá, leva vantagem a todos os gozos dos sentidos. Bem-aventurados, pois, aqueles que suspiram por esta fonte divina: Beati qui esuriunt et sitiunt institiam (6) – Bem-aventurados os que tem fome e sede da justiça.

A terceira fonte é de Devoção. Oh! Como se torna devoto e diligente em obedecer à voz divina, e como vai sempre crescendo em virtude, aquele com frequência medita em tudo o que Jesus Cristo tem feito por nosso amor! Será como a árvore plantada junto às correntes das águas: Erit tanquam lignum, quod plantatum est secus decursus aquarum (7).

II. Enfim, Jesus Cristo é fonte de amor. In meditatione mea exardescet ignis (8) – Na minha meditação se abrasará o fogo. Não é possível que o que medita nos sofrimentos e nas ignomínias que Jesus padeceu por nosso amor, não seja abrasado no fogo sagrado, que ele veio acender na terra. E assim se verifica inteiramente, que o que se aproveita das fontes benditas, que possuímos em Jesus Cristo, tirará com gosto águas das fontes do Salvador: Haurietis aquas in gaudio de fontibus Salvatoris (9).

Ó meu doce e amado Salvador, quanto Vos devo! Como me constrangestes a amar-Vos! Vós fizestes por mim o que nunca um filho teria feito por seu pai, nem um criado por seu senhor. Se, pois, me haveis amado mais que qualquer outro, é justo que Vos ame sobre todos os outros. Quisera morrer de dor, pensando que tanto padecestes por mim, e que chegastes a aceitar por meu amor a morte mais dolorosa e ignominiosa que um homem pode padecer, ao passo que eu tantas vezes tenho desprezado a vossa amizade. Quantas vezes Vós me haveis perdoado e eu Vos tornei a desprezar! Mas os vossos merecimentos são a minha esperança. Agora estimo a vossa graça, mais do que todos os reinos do universo. Amo-Vos e por vosso amor aceito qualquer pena, qualquer morte. Se não sou digno de morrer pela mão do algoz para defender vossa glória, aceito ao menos de boa vontade aquela morte que me tenhais destinado; aceito-a do modo e no tempo que tenhais marcado. – Minha Mãe, Maria, impetrai-me a graça de viver e de morrer no amor de Jesus.

Referências: (1) Ap 1, 5 (2) Sl 49, 15 (3) Jo 7, 37 (4) Jo 4, 13 (5) Jo 4, 14 (6) Mt 5, 6 (7) Sl 1, 3 (8) Sl 38, 4 (9) Is 12, 3

(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo I: Desde o Primeiro Domingo do Advento até a Semana Santa Inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 50-52)

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1. Preparação

Na preparação fazem-se três atos:

1º Ato de Fé na presença de Deus, dizendo:

Meu Deus, eu creio que estais aqui presente e Vos adoro com todo o meu afeto

2º Ato de Humildade, por um breve ato de contrição:

Senhor, nesta hora deveria eu estar no inferno por causa dos meus pecados; de todo o coração arrependo de Vos ter ofendido, ó Bondade infinita.

3º Ato de Petição de luzes:

Meu Deus, pelo amor de Jesus e Maria, esclarecei-me nesta meditação, para que tire proveito dela.

Depois:

  • uma Ave Maria à Santíssima Virgem, afim de que nos obtenha esta luz;
  • na mesma intenção um Glória ao Pai a São José, ao Anjo da Guarda e ao nosso Santo Protetor.


Estes atos devem ser feitos com atenção, mas brevemente, depois do que se fará a Meditação.

2. Meditação

Para a Meditação sirvamo-nos sempre de um livro, ao menos no começo, parando nas passagens que mais impressão nos fazem. São Francisco de Sales diz que devemos imitar as abelhas, que se demoram numa flor enquanto acham mel, e voam depois para outra.

Note-se além disto que são três os frutos da meditação: afetos, súplicas e resoluções; nisto é que consiste o proveito da oração mental. Assim, depois de haverdes meditado numa verdade eterna, e Deus ter falado ao vosso coração, é mister que faleis a Deus:

1º Pelos Afetos

Isto é, pelos atos de fé, agradecimento, adoração, louvor, humildade, e sobretudo de amor e de contrição, que é também ato de amor. O amor é como que uma corrente de ouro que une a alma a Deus. Conforme Santo Tomás, todo o ato de amor nos merece mais um grau de glória eterna. Eis aqui exemplos de atos de amor:

Meu Deus, eu Vos amo sobre todas as coisas. Eu Vos amo de todo o meu coração. Fazei-me saber o que é de vosso agrado; quero fazer em tudo a vossa vontade. Regozijo-me por serdes infinitamente feliz.

Para o ato de contrição basta dizer:

Bondade infinita, pesa-me de Vos ter ofendido.

2º Pelas Súplicas

Pedindo a Deus luzes, a humildade ou qualquer outra virtude, uma boa morte, a salvação eterna; mas principalmente o dom do seu santo amor e a santa perseverança, porque, no dizer de São Francisco de Sales, com o amor se alcançam todas as graças.

Se a nossa alma está em grande aridez, basta dizermos:

Meu Deus, socorrei-me. Senhor, tende compaixão de mim. Meu Jesus, misericórdia!

Ainda que nada mais fizéssemos, a oração seria excelente.

3º Pelas Resoluções

Antes de se terminar a oração, cumpre tomar alguma resolução, não geral, como por exemplo evitar toda falta deliberada, de se dar todo a Deus, mas particular, como por exemplo evitar com mais cuidado tal defeito, em que se caia mais vezes, ou praticar melhor tal virtude em que a alma procurará exercer-se mais vezes: como seja, aturar o gênio de tal pessoa, obedecer mais exatamente a tal superior ou a regra, mortificar-se mais frequentemente em tal ponto, etc. Nunca terminemos a nossa oração sem havermos formado uma resolução particular.

S. Alfonso Maria De Liguori Evangelizare Pauperibus Misit Me

REZE CONOSCO

Todos os dias nós te enviaremos a meditação correspondente para te ajudar a aprimorar sua rotina de oração!