Sábado da Décima Sétima Semana depois de Pentecostes

Maria Santíssima é a esperança de todos

In me omnis spes vitae et virtutis – “Em mim há toda a esperança da vida e da virtude” (eclo 24, 25)

Sumário. O Rei do céu deseja sumamente enriquecer-nos das suas graças; mas como da nossa parte é necessária a confiança, afim de aumentá-la em nós, nos deu por Mãe e Advogada a sua própria Mãe, a quem deu todo o poder para nos ajudar. Por isso quer o Senhor que nela ponhamos a esperança de nossa salvação e de todo o nosso bem. Qual não deve, pois, ser nossa gratidão para com a bondade divina! Qual a confiança que devemos ter em Maria!

I. De dois modos, diz Santo Tomás, podemos por a nossa esperança numa pessoa: como causa principal, ou como causa intermediária. Quem espera alguma graça do rei, espera alcançá-la do rei como senhor; ou espera alcançá-la do seu ministro ou válido, como intercessor. Se consegue a graça, consegue-a principalmente do rei, mas por intermédio do ministro. Pelo que, quem pretende obter a graça, tem razão de chamar àquele intercessor a sua esperança.

O Rei do céu, por ser a bondade infinita, deseja sumamente enriquecer-nos de suas graças; mas como da nossa parte é necessária a confiança, e com o fim de aumentá-la em nós, deu-nos por Mãe e Advogada sua própria Mãe, a quem deu todo o poder para nos ajudar. Por isso quer que ponhamos nela a esperança de nossa salvação e de todo o nosso bem. – Aqueles que põem a sua esperança unicamente nas criaturas, independentemente de Deus, são sem dúvida amaldiçoados de Deus, como diz Isaías (1). Mas aqueles que esperam em Maria, como Mãe de Deus, poderosa para lhes alcançar as graças e a vida eterna, são bem-aventurados e agradam ao Coração de Deus, que assim quer ver honrada a excelsa criatura que mais que todos os homens e anjos o amou e honrou neste mundo.

É, pois, com razão que chamamos à Virgem a nossa esperança, esperando alcançar por sua intercessão o que não alcançaríamos só com as nossas orações. Oh, quantos soberbos, com a devoção a Maria, acharam a humildade! Quantos iracundos a mansidão! Quantos cegos a vista! Quantos desesperados a confiança! Quantos perdidos a salvação! Numa palavra, afirma Santo Antônio que todo verdadeiro devoto de Maria pode dizer: Venernunt mihiomnia bona pariter cum illa – “Com a devoção a Maria vieram-me juntamente todos os bens ” (2).

II. É com razão que a santa Igreja aplica a Maria as palavras do Eclesiástico, chamando-a Mãe da santa esperança, Mater sanctae spei ; e quer que quotidianamente todos os eclesiásticos e todos os religiosos, na egrégia oração da Salve Rainha , levantem a voz e em nome de todos os fiéis invoquem e chamem a Maria com este doce nome de esperança nossa. – Tu também, meu irmão, seja qual for o teu estado, põe toda a tua confiança nesta Mãe amorosíssima e dize-lhe frequentemente: Spes nostra, salve – “Esperança nossa, salve!”.

Ó Mãe do santo amor, sabeis que, não contente de se fazer nosso perpétuo advogado junto do Pai Eterno, Jesus Cristo vosso Filho quer ainda que vós mesma intercedais junto dele, para nos obter as divinas misericórdias. Decretou que vossas orações nos ajudariam a salvar, e lhes deu tanta eficácia que são sempre atendidas. Dirijo-me então a vós, ó esperança dos miseráveis. Pelos merecimentos de Jesus Cristo e por vossa intercessão espero salvar minha alma. Tal é minha esperança, e tão longe vai que, se minha salvação eterna estivesse nas minhas mãos, logo iria depô-la nas vossas, porque mais me fio de vossa misericórdia e proteção que em todas as minhas obras.

Ó minha mãe e minha esperança, não me desampareis, como o merecia. Confesso que, assaz de vezes, meus pecados puseram obstáculo às luzes e aos socorros que me obtínheis de Deus. Mas vossa compaixão para com os miseráveis e vosso poder junto de Deus transcendem o número e a malícia de minhas iniquidades. O céu e a terra sabem que não é possível se perca quem é vosso protegido. Esqueçam-se, pois, de mim todas as criaturas, mas vós nunca. Dizei a Deus que sou vosso servo, dizei-lhe que tomais minha defesa, e salvo serei. – Ó Maria, confio-me a vós; e na vida e na morte proclamarei sempre que sois toda a minha esperança depois de Jesus. Nesta esperança quero viver e morrer.

Referências:

(1) Is 30, 2 (2) Sb 7, 11

(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo III: Desde a Décima Segunda Semana depois de Pentecostes até o fim do ano eclesiástico. Friburgo: Herder & Cia, 1922, p. 113-115)

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1. Preparação

Na preparação fazem-se três atos:

1º Ato de Fé na presença de Deus, dizendo:

Meu Deus, eu creio que estais aqui presente e Vos adoro com todo o meu afeto

2º Ato de Humildade, por um breve ato de contrição:

Senhor, nesta hora deveria eu estar no inferno por causa dos meus pecados; de todo o coração arrependo de Vos ter ofendido, ó Bondade infinita.

3º Ato de Petição de luzes:

Meu Deus, pelo amor de Jesus e Maria, esclarecei-me nesta meditação, para que tire proveito dela.

Depois:

  • uma Ave Maria à Santíssima Virgem, afim de que nos obtenha esta luz;
  • na mesma intenção um Glória ao Pai a São José, ao Anjo da Guarda e ao nosso Santo Protetor.


Estes atos devem ser feitos com atenção, mas brevemente, depois do que se fará a Meditação.

2. Meditação

Para a Meditação sirvamo-nos sempre de um livro, ao menos no começo, parando nas passagens que mais impressão nos fazem. São Francisco de Sales diz que devemos imitar as abelhas, que se demoram numa flor enquanto acham mel, e voam depois para outra.

Note-se além disto que são três os frutos da meditação: afetos, súplicas e resoluções; nisto é que consiste o proveito da oração mental. Assim, depois de haverdes meditado numa verdade eterna, e Deus ter falado ao vosso coração, é mister que faleis a Deus:

1º Pelos Afetos

Isto é, pelos atos de fé, agradecimento, adoração, louvor, humildade, e sobretudo de amor e de contrição, que é também ato de amor. O amor é como que uma corrente de ouro que une a alma a Deus. Conforme Santo Tomás, todo o ato de amor nos merece mais um grau de glória eterna. Eis aqui exemplos de atos de amor:

Meu Deus, eu Vos amo sobre todas as coisas. Eu Vos amo de todo o meu coração. Fazei-me saber o que é de vosso agrado; quero fazer em tudo a vossa vontade. Regozijo-me por serdes infinitamente feliz.

Para o ato de contrição basta dizer:

Bondade infinita, pesa-me de Vos ter ofendido.

2º Pelas Súplicas

Pedindo a Deus luzes, a humildade ou qualquer outra virtude, uma boa morte, a salvação eterna; mas principalmente o dom do seu santo amor e a santa perseverança, porque, no dizer de São Francisco de Sales, com o amor se alcançam todas as graças.

Se a nossa alma está em grande aridez, basta dizermos:

Meu Deus, socorrei-me. Senhor, tende compaixão de mim. Meu Jesus, misericórdia!

Ainda que nada mais fizéssemos, a oração seria excelente.

3º Pelas Resoluções

Antes de se terminar a oração, cumpre tomar alguma resolução, não geral, como por exemplo evitar toda falta deliberada, de se dar todo a Deus, mas particular, como por exemplo evitar com mais cuidado tal defeito, em que se caia mais vezes, ou praticar melhor tal virtude em que a alma procurará exercer-se mais vezes: como seja, aturar o gênio de tal pessoa, obedecer mais exatamente a tal superior ou a regra, mortificar-se mais frequentemente em tal ponto, etc. Nunca terminemos a nossa oração sem havermos formado uma resolução particular.

S. Alfonso Maria De Liguori Evangelizare Pauperibus Misit Me

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