Sexta-feira da Décima Quarta Semana depois de Pentecostes

Coração aflito de Jesus, consolado pelo zelo das almas

Dominus Deus consolabitur in servis suis – “O Senhor Deus será consolado em seus servos” (2 Mc 7, 6)

Sumário. A causa única da aflição do Coração de Jesus é a perdição das almas que o ultrajam em vez de o amar: por conseguinte, a consolação que Ele requer, é que procuremos ganhar-Lhe as almas. Esforcemo-nos, pois, por consolar este Coração amabilíssimo; e se mais não pudermos fazer, roguemos-Lhe que envie à sua Igreja ministros zelosos. Roguemos-Lhe muitas vezes pelos pobres pecadores, em particular pelos que estão em agonia e têm de morrer hoje. Ensinemos tão salutar devoção também aos outros.

I. Feliz o cristão que, compadecendo-se das penas de Jesus, procura também aliviá-las. A causa única das aflições deste Coração amabilíssimo é a ingratidão dos homens e a perdição das almas que o ultrajam em vez de O amar; por conseguinte, a consolação que Ele requer, é que procuremos ganhar-Lhe as almas. É a perdição delas que Lhe arrancou tantas lágrimas; é para resgatá-las, que deu seu sangue. Aquele que salva uma alma, enxuga de alguma sorte as lágrimas de Jesus e impede que seu sangue seja derramado em pura perda.

Nem se diga que isso é o ofício somente dos sacerdotes; porquanto quem fala assim prova que bem pouco amor tem a Deus. Si Deum amatis, rapite omnes ad amorem Dei . Se amas a Deus, dizia Santo Agostinho, atraí todos ao amor de Deus. E Jesus mesmo, aparecendo à Venerável Soror Serafina Capri, lhe disse:

“Ajuda-me, por tuas orações, a salvar as almas, ó minha filha.”

– Persuadamo-nos de que todos os discípulos do Coração de Jesus devem zelar pela sua honra, e os que não o fazem deverão um dia, como dizia Santa Maria Madalena de Pazzi, dar conta a Deus de tantas almas, que talvez não se houvessem condenado, se as tivessem recomendado a Deus em suas orações.

Portanto, na oração mental, na ação de graças depois da comunhão, na visita ao Santíssimo Sacramento, não deixemos nunca de recomendar a Deus os pobres pecadores, os infiéis, os hereges e todos os que vivem longe de Deus. Oh! Quantas almas devem sua conversão menos aos sermões dos pregadores do que às orações das almas fervorosas! – Considerando que pelos sacerdotes vem ao povo a salvação ou a perdição, a bênção ou a maldição, roguemos ao mesmo tempo e com insistência a Deus, que envie à sua Igreja ministros santos que, com verdadeiro zelo, atendam à salvação das almas.

II. O zelo pela salvação do próximo deve também estimular-nos a abraçar a devoção ao Coração agonizante de Jesus. Ela tem por objeto, primeiro honrar o Sagrado Coração, que durante toda a sua vida sofreu grandes penas interiores pela salvação das almas; em segundo lugar, obter pelos merecimentos daquela longa agonia, uma boa morte para tantos milhares de pessoas que todos os dias morrem no mundo inteiro.

Ai! Quantas dentre elas não se acham em pecado mortal! Para não descerem ao inferno, precisam tão somente de uma confissão bem feita ou de um ato de contrição perfeita. Pede, pois, ao Coração agonizante de Jesus que lhes conceda uma destas duas graças, e pede-a sem demora, cada dia, porque amanhã será talvez tarde e não o poderás mais fazer a tempo. – se com esta prática salutar conseguires cada dia a salvação de uma só alma, no fim do ano já terás salvado 365 almas e em dez anos 3650. Que belo apostolado! Que coroa de glória para a eternidade!

Não te contentes de praticar tão bela devoção só por ti; mas espalha-a em tua família, na tua comunidade, entre teus amigos. Com isso consolarás grandemente o Coração aflito de Jesus, atrairás sobre ti as suas bênçãos especialíssimas e virá o dia em que também se rezará por ti, quando tiveres entrado em agonia. Oh, que consolo nesses últimos, terríveis e decisivos combates!

† “Ó clementíssimo Jesus, que ardeis em tão abrasado amor das almas, suplico-Vos, pela agonia do vosso sacramentíssimo Coração, e pelas dores da vossa Mãe Imaculada, purificai em vosso sangue todos os pecadores da terra que estão em agonia e hoje mesmo devem morrer. Assim seja. Coração agonizante de Jesus, tende compaixão dos moribundos.” (1)

Referências:

(1) Indul. de 100 dias cada vez; plenária (nas condições ordinárias), uma vez por mês, para os que, durante um mês rezarem esta oração ao menos três vezes por dia, em diferentes intervalos.

(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo III: Desde a Décima Segunda Semana depois de Pentecostes até o fim do ano eclesiástico. Friburgo: Herder & Cia, 1922, p. 53-56)

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1. Preparação

Na preparação fazem-se três atos:

1º Ato de Fé na presença de Deus, dizendo:

Meu Deus, eu creio que estais aqui presente e Vos adoro com todo o meu afeto

2º Ato de Humildade, por um breve ato de contrição:

Senhor, nesta hora deveria eu estar no inferno por causa dos meus pecados; de todo o coração arrependo de Vos ter ofendido, ó Bondade infinita.

3º Ato de Petição de luzes:

Meu Deus, pelo amor de Jesus e Maria, esclarecei-me nesta meditação, para que tire proveito dela.

Depois:

  • uma Ave Maria à Santíssima Virgem, afim de que nos obtenha esta luz;
  • na mesma intenção um Glória ao Pai a São José, ao Anjo da Guarda e ao nosso Santo Protetor.


Estes atos devem ser feitos com atenção, mas brevemente, depois do que se fará a Meditação.

2. Meditação

Para a Meditação sirvamo-nos sempre de um livro, ao menos no começo, parando nas passagens que mais impressão nos fazem. São Francisco de Sales diz que devemos imitar as abelhas, que se demoram numa flor enquanto acham mel, e voam depois para outra.

Note-se além disto que são três os frutos da meditação: afetos, súplicas e resoluções; nisto é que consiste o proveito da oração mental. Assim, depois de haverdes meditado numa verdade eterna, e Deus ter falado ao vosso coração, é mister que faleis a Deus:

1º Pelos Afetos

Isto é, pelos atos de fé, agradecimento, adoração, louvor, humildade, e sobretudo de amor e de contrição, que é também ato de amor. O amor é como que uma corrente de ouro que une a alma a Deus. Conforme Santo Tomás, todo o ato de amor nos merece mais um grau de glória eterna. Eis aqui exemplos de atos de amor:

Meu Deus, eu Vos amo sobre todas as coisas. Eu Vos amo de todo o meu coração. Fazei-me saber o que é de vosso agrado; quero fazer em tudo a vossa vontade. Regozijo-me por serdes infinitamente feliz.

Para o ato de contrição basta dizer:

Bondade infinita, pesa-me de Vos ter ofendido.

2º Pelas Súplicas

Pedindo a Deus luzes, a humildade ou qualquer outra virtude, uma boa morte, a salvação eterna; mas principalmente o dom do seu santo amor e a santa perseverança, porque, no dizer de São Francisco de Sales, com o amor se alcançam todas as graças.

Se a nossa alma está em grande aridez, basta dizermos:

Meu Deus, socorrei-me. Senhor, tende compaixão de mim. Meu Jesus, misericórdia!

Ainda que nada mais fizéssemos, a oração seria excelente.

3º Pelas Resoluções

Antes de se terminar a oração, cumpre tomar alguma resolução, não geral, como por exemplo evitar toda falta deliberada, de se dar todo a Deus, mas particular, como por exemplo evitar com mais cuidado tal defeito, em que se caia mais vezes, ou praticar melhor tal virtude em que a alma procurará exercer-se mais vezes: como seja, aturar o gênio de tal pessoa, obedecer mais exatamente a tal superior ou a regra, mortificar-se mais frequentemente em tal ponto, etc. Nunca terminemos a nossa oração sem havermos formado uma resolução particular.

S. Alfonso Maria De Liguori Evangelizare Pauperibus Misit Me

REZE CONOSCO

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